Eleições 2018

Goianos podem esclarecer dúvidas sobre voto eletrônico na próxima sexta-feira (19)

ação é uma consequência das denúncias feitas no dia de votação do primeiro turno. O evento é aberto para qualquer cidadão que tenha interesse

O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE/GO) vai receber eleitores na próxima sexta-feira (19) para esclarecer sobre o funcionamento do sistema eletrônico de votação. A audiência pública tem início às 08h30 na sede do TRE/GO, que  fica em frente à Praça Cívica, em Goiânia.

A ação é uma consequência das denúncias e informações falsas divulgadas no primeiro turno, quando a eficácia das urnas eletrônicas e do sistema de votos foi questionada. “Nós nos preparamos demais para prevenir os candidatos das Fake News e não nos preparamos para nos blindar. E essas informações falsas foram contra a Justiça Eleitoral, querendo colocar em cheque a credibilidade do sistema eleitoral”, explica o presidente da comissão permanente de segurança do TRE/GO, Marcus da Costa.

A audiência pública do TRE/GO vai explicar o funcionamento da urna, a transmissão de dados e todo sistema eleitoral eletrônico. Marcus ainda explica: “o risco de haver fraudes é praticamente inexistente”. Segundo o presidente, o que garante isso é a emissão da chamada “Zerézima”, um relatório feito antes da votação, que mostra que não há votos computados na urna.

Ao final da votação, o relatório de votos é público e pode ser acessado pelos eleitores por meio do aplicativo “Boletim na mão”, disponível gratuitamente para smartphones IOS e Android. Para isso, basta que o eleitor vá à seção e baixe o QR Code do relatório, que fica pregado na porta da sala após o término da votação.

As notícias e vídeos com informações falsas estão sob investigação da Polícia Federal (PF). É importante lembrar que filmar a urna é crime e pode render pena de até dois anos de reclusão. O presidente explica que o crime é de “violação do sufrágio”, criado junto com o Código Eleitoral Brasileiro, de 1965. O intuito é evitar a comprovação de voto em determinado candidato para prevenir a compra e venda de votos, além do voto de cabresto.

“É garantida a inviolabilidade do voto, não como uma proibição para as pessoas, mas como uma garantia. É desde o código eleitoral, quando existia o coronelismo e o coronel obrigava as pessoas a votar em determinado candidato. Eu posso contar para todo mundo em quem eu votei. O que eu não posso é tirar uma foto ou gravar um vídeo para garantir isso. Porque eu posso vender o meu voto e receber apenas mediante aquela garantia”, explica o presidente.

Vídeos falsos e enganos

Na urna eletrônica, a única forma de anular um voto é digitar um número que não corresponde a nenhum candidato. Ou digitar o número de um candidato na tela destinada a outro cargo que não seja o dele.

Em um vídeo de eleitor, a urna parece completar o voto sozinha, depois que o eleitor digita um número. Peritos avaliaram o material e confirmaram que é uma montagem. O teclado da urna não aparece e são notados barulhos de outros cliques além dos que são filmados.

Algumas pessoas afirmaram ser impossível finalizar o voto para presidente. A Justiça Eleitoral explica que se trata de uma confusão sobre a ordem da votação. Por exemplo: digitar o número do candidato para presidente na tela de governador. Quando há esse engano, aparece a informação de que o voto é nulo. Isso acontece porque não existe um candidato que corresponda ao número digitado.

Um vídeo gravado por um eleitor mostra este tipo de erro. Ele filma a urna, que está na tela do voto para governador. Uma mesária pergunta ao fundo se é o voto para presidente e ele confirma, mesmo estando na tela errada. Ele digita o número para presidente na tela para governador. Em seguida, aparece a informação de que o voto seria nulo.

Um texto da internet afirma que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria anulado 7,2 milhões de votos. A informação é falsa, segundo esclarece o órgão. Neste ano, foram registrados 6,14% de votos nulos. No ano passado, foram apenas 0,34% a menos e, em comparação com os anos anteriores, o percentual de 2018 está dentro do padrão.