Goiás e mais 12 estados se manifestam no STF a favor da vacinação de crianças
Governadores argumentam que o apagão no sistema do Ministério da Saúde torna os dados imprecisos
Goiás e outros 12 estados se manifestaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra pedido da suspensão da campanha de vacinação de crianças entre cinco e 11 anos. O pedido foi feito pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao alegar que 58 mil receberam imunizantes não indicados para a faixa etária ou antes da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os governadores argumentam que o apagão no sistema do Ministério da Saúde torna os dados imprecisos. Assim, o governo federal usa essa falha ocorrida após suposto ataque hacker para desacreditar a imunização de crianças e adolescentes contra a Covid-19 nos Estados.
“As ferramentas disponíveis pelo Ministério da Saúde que permitem acesso, avaliação e correção de dados estão constantemente instáveis [após suposto ataque hacker]”, apontou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
Além de Goiás, responderam Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
AGU utilizou dados para atacar vacinação infantil
A AGU enviou petição ao STF no último dia 18 de janeiro alegando que crianças foram vacinadas contra Covid-19 de maneira irregular nos estados e municípios e solicitou a suspensão de campanhas de imunização que estejam em desacordo com as diretrizes do Plano Nacional de Imunização.
O ministro Ricardo Lewandowski determinou, então, que estados se manifestem sobre as supostas irregulareidade. Mas garantiu vacinação adequada ao público infantil.
Anvisa diz que pedido causa estranheza
No dia 20, o diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, afirmou que a petição causa “estranheza” e que foi feito para criar uma “contenda entre estados e municípios”.
“A petição surge como uma forma de desafiar o Sistema Único de Saúde, pondo em dúvida a qualificação de uma estrutura que é respeitada no mundo todo por vários anos”, disse.