Goiás é o segundo estado com mais casos de dengue no Brasil
Estado goiano lidera a taxa de incidência da doença, com 2.832 contaminações para cada 100 mil habitantes
Goiás registrou 204 mil casos prováveis de dengue em 2022. O índice é o mais alto de todo o centro-oeste e o segundo maior do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo, que atingiu a marca de 343 mil casos. Todos os dados foram divulgados pelo último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que avaliou o período de 2 de janeiro a 29 de outubro deste ano.
Se feito um ranking, São Paulo lidera o número de casos prováveis de dengue e também o número de mortes pela doença, com 343.931 ocorrências e 273 óbitos. Em seguida, está Goiás com 204.275 casos e 140 mortes e, em terceiro lugar, o estado do Paraná, com 159.107 casos e 107 óbitos.
Entretanto, o boletim chama atenção para a taxa de incidência da doença, que calcula a relação entre número de casos e número total de habitantes de cada estado. Nela, Goiás é lider nacional, com 2.832 contaminações para cada 100 mil habitantes, contra 737 do estado paulista.
Ainda de acordo com o levantamento, até o dia 29 de outubro, Goiânia aparecia em segundo lugar entre as cidades brasileiras com mais registros de dengue, com 53,6 mil. Na sequência aparece Aparecida de Goiânia em terceiro, com 24,1 mil, e Anápolis, com 18,9 mil, como a quinta cidade com mais contaminações por dengue.
Aumento dos casos de dengue
A doença, causada por um vírus, é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. O pernilongo também é o transmissor de outras doenças como a zika e a chikungunya e se reproduz a partir da água parada.
Murilo do Carmo, que é coordenador das doenças na Secretaria de Saúde de Goiás, afirma que o aumento das chuvas e a falta de cuidados da população para evitar criadouros do mosquito, são alguns dos fatores que colaboraram com o aumento de casos no estado.
“O estado registrou um aumento expressivo de chuvas esse ano, e quanto mais água nos criadouros, mais mosquitos vão aparecer. Outro motivo para o aumento dos casos é a circulação simultânea dos vírus da dengue. Por exemplo, existem quatro tipos de dengue, mas Goiás possui dois tipos em circulação. Além disso, há também o problema com a própria população que não faz o dever de casa, que é cuidar do quintal. Infelizmente, mais de 90% dos criadouros são encontrados em imóveis residenciais”, explicou em entrevista ao Diário do Estado.
A SES-GO informou, nesta terça-feira (8), que vai promover um seminário com o propósito de atualizar profissionais de todo o Estado que atuam na linha de frente do atendimento às vítimas de dengue, chikungunya e zika.