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Goiás perdeu 31 mil km² de vegetação nativa, diz IBGE

Brasil perdeu 500 mil km²

Foto: reprodução

Nos últimos 20 anos, Goiás perdeu aproximadamente 31.168 km² de vegetação nativa segundo pesquisa Contas Econômicas Ambientais da Terra, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo apontou que o estado foi o quarto com o maior volume no indicador no Brasil.

A perda de vegetação nativa ocorre à medida em que se observa um aumento das áreas usadas pelo agronegócio: de 2000 a 2020 as terras usadas pela agricultura cresceram 21.375 km², e usadas na pecuária, 17.976 km².

Ao fim de 2020, Goiás mantinha menos de um terço do território com vegetação nativa, equivalente a 110.529 km². A vegetação recebe duas classificações por parte do IBGE: florestal e campestre. Na primeira a redução foi de 22.225 km² na primeira formação e 8.913 km² na segunda.

Brasil perdeu 500 mil km² em vegetação nativa

Já o Brasil perdeu 513,1 mil quilômetros quadrados em vegetação nativa entre 2000 e 2020, o equivalente a 6% do território do país, segundo os dados divulgados pelo IBGE.

A área de meio milhão de quilômetros quadrados corresponde ao espaço ocupado pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará e Alagoas. Os dados são parte de um conjunto de estatísticas que engloba as Contas Econômicas Ambientais da Terra 2000/2020, as Contas de Ecossistemas 2018/2020 e o Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do Brasil 2018/2020.

A maior parte das perdas se deu em vegetação florestal, que diminuiu 7,9% no período ou 320,7 mil quilômetros quadrados, mas também houve retração em vegetação campestre (que reúne caatinga, cerrado, pantanal e pampa): queda de 10,6% ou 192,5 mil quilômetros quadrados. Dos dez Estados com maiores reduções de vegetação nativa entre 2000 e 2020, seis estão localizados na Amazônia Legal: Pará, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Amazonas e Maranhão.

Em primeira posição nesse ranking, o Pará perdeu 123,2 mil quilômetros quadrados, ou uma área equivalente aos Estados de Pernambuco e Sergipe. Em seguida, o maior recuo em área de vegetação nativa foi no Mato Grosso, de 97,9 mil quilômetros quadrados, ou o Estado de Pernambuco.

A retração em vegetação nativa ocorreu ao mesmo tempo em que avançaram no país as áreas de pastagem com manejo (247 mil quilômetros quadrados), áreas agrícolas (229,9 mil quilômetros quadrados) e silvicultura (que é a exploração de madeiras de florestas cultivadas, com 36 mil quilômetros quadrados). As taxas de crescimento dessas áreas foram de 27,9%, 50,1% e 71,4%, respectivamente.

As mudanças mais intensas foram nas bordas da Amazônia, na região de Matopiba (áreas nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), no sul do Rio Grande do Sul e na área que vai do Oeste Paulista ao leste de Mato Grosso do Sul e Goiás.

*Com informações do portal Valor Econômico