Goiás reduz uso de fossas rudimentares em 41,2%
O dado faz parte de uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
Em 10 anos, o Estado de Goiás reduziu em 41,2% o uso de fossas rudimentares, mas ainda há 3 milhões de pessoas sem acesso à coleta de esgoto. É o que aponta estudo realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes).
De acordo com a pesquisa, a Região Centro-Oeste registrou a maior variação percentual do País em sua cobertura de esgotamento sanitário por rede: foram 16,4% de 2014 para 2015, alcançando uma cobertura de 53,2%. Goiás apresenta a segunda melhor cobertura de esgotamento sanitário por rede da Região com 53% (1,2 milhão de domicílios atendidos).
O esgotamento por fossa rudimentar é considerada uma das mais perigosas formas em função da contaminação das águas superficiais e subterrâneas, além dos riscos quanto à proliferação de vetores.
Água
O levantamento mostra ainda, em um comparativo entre 2014 e 2015, que Goiás praticamente manteve a cobertura de abastecimento de água, passando de 83,6% para 83,9% com 1,8 milhão de pessoas atendidas. Na Região Centro-Oeste, a cobertura foi de 85,7%.
Em relação à coleta de lixo, o serviço no Estado manteve uma cobertura similar à de 2014 – 93,6% em 2015 frente aos 93,4% de 2014. Quanto aos filtros de água, cerca de 50% dos equipamentos utilizados na região estão em residências de Goiás. Ao todo, são 1,6 milhão dos 3,1 milhões do Centro-Oeste.
Para o presidente nacional da Abes, Roberval Tavares de Souza, apesar da boa posição de Goiás, ainda há muito trabalho a ser feito. “Os governantes precisam colocar o saneamento básico como prioridade da gestão. É uma questão de saúde pública. Estudos apontam que a cada R$ 1 investido reduz a necessidade de investimento de R$ 4 em Saúde”, afirma Souza.
Aparecida de Goiânia
Com 249 bairros e 600 mil habitantes, Aparecida de Goiânia é a maior cidade do interior de Goiás e uma das que mais traz preocupação em relação ao saneamento básico, pois apenas 20% da população tem acesso ao serviço. Em reunião realizada ontem (13) com o presidente da Saneago, Jales Fontoura de Siqueira, o prefeito, Gustavo Mendanha (PMDB), pediu agilidade na instalação da rede de água e esgoto, mesmo que seca, para que que o governo federal libere a verba de pavimentação de ruas da cidade.
“Esta é a terceira vez que nos reunimos com a presidência da Saneago, agora com o novo presidente para buscar parceria com a empresa e saio daqui mais uma vez otimista para que possamos atender toda a totalidade da cidade com relação à água e esgoto”, disse o prefeito.
Obras
De acordo com o presidente da Saneago, Jalles Fontoura, a cobertura do fornecimento de água em Goiás é satisfatório, mas o esgotamento sanitário ainda é um desafio. “Trabalhamos para conseguir atender 80% da população com este serviço até o fim de 2018. As obras estão em andamento”, afirma o presidente.
Em relação a Aparecida de Goiânia, Fontoura afrima queR$ 200 milhões já foram investidos e o meso valor também deve ser colocado nas obras de saneamento básico da cidade. “Como Aparecida não tem água, é preciso fazer uma linha direta do Sistema Mauro Borges, que vai demorar um pouco mais para ficar pronto. Mas em pouco mais de dois anos esperamos também solucionar parte do problema, com 80% da população com acesso aos serviços de água e esgoto”, garante o presidente.
Evento
O saneamento básico em Goiás será discutido no Ciclo de Debates: Desafios Do Saneamento Ambiental, promovido pela Abes Nacional e Abes Goiás, na próxima segunda-feira (20). O evento acontece no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás, localizado na Rua 239, nº 561 – Setor Leste Universitário. A entrada é gratuita.