Goiás teve menor produtividade de grãos em 2024, aponta Faeg
Cenário de desafios climáticos resultou na menor produtividade de grãos da série histórica em Goiás
A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) divulgou, na segunda-feira (18), o balanço de 2024, destacando os impactos severos das condições climáticas na produção agrícola e pecuária do estado. A combinação de estiagem em parte do país e chuvas excessivas em outras regiões resultou em quedas históricas na produtividade de grãos em Goiás.
De acordo com levantamento feito pela Faeg, a soja, principal produto exportado por Goiás, teve uma produção de 16,8 milhões de toneladas, uma redução de quase 12% em relação à safra anterior (18,8 milhões de toneladas). Essa retração resultou em uma queda de 13% no valor das exportações, que somaram US$ 4,881 bilhões em 2024, representando 51% do total exportado pelo estado.
O milho também enfrentou uma forte retração. A safra apresentou queda de 44% nas exportações, que totalizaram US$ 653 milhões, e redução na área plantada. De acordo com o balanço, essa diminuição na produção impactou diretamente na rentabilidade média do produtor goiano, que despencou 38% na soja e 24% no milho, agravando o endividamento e a inadimplência no setor.
“Foi um ano de muita instabilidade para a agricultura e a pecuária no Brasil. Ano de seca em algumas regiões, chuva em excesso em outras, como aconteceu no Rio Grande do Sul, e isso arredondou numa colheita menor para o Brasil e também para o estado de Goiás”, afirmou o presidente da Faeg, José Mário Schreiner.
Pecuária em recuperação
Apesar dos desafios, a pecuária e o açúcar se destacaram como pontos positivos no balanço de 2024. O setor de carne bovina, impulsionado pelo aumento das exportações e do consumo interno, teve um crescimento de 18%, totalizando US$ 1,539 bilhão, o que representa 16% do total exportado pelo estado.
O açúcar também se destacou positivamente, com um aumento de 31% em relação ao ano anterior. As exportações alcançaram US$ 574 milhões, refletindo o bom desempenho tanto em produtividade quanto em preços.
Para 2025, a Faeg projeta um cenário mais favorável nas próximas safras, com condições climáticas promissoras e aumento de 11% na produção de grãos. Produtos como o arroz devem registrar as maiores produtividades dos últimos anos, sinalizando uma recuperação para os produtores goianos.
“O que esperamos para 2025 é que o produtor continue com gestão e cautela. Será um ano de recuperação de rentabilidade, mas os desafios fiscais, a inflação e as questões climáticas ainda exigem atenção redobrada”, alertou Schreiner