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Golpe do amor: Veja dicas para evitar roubo em apps de paquera ou redes sociais

A polícia e a Receita Federal intensificaram no último ano o alerta para o “golpe…

A polícia e a Receita Federal intensificaram no último ano o alerta para o “golpe do amor“, ou estelionato sentimental, como tem aparecido em alguns tribunais. O termo engloba diferentes tipos de fraude, mas todos consistem em envolver a vítima sentimentalmente a fim obter vantagem econômica dela. Em alguns casos, a aproximação romântica pode levar meses. Embora não seja novo, o crime passou a ocorrer com mais frequência pelas redes sociais.

Neste domingo (5) o caso de uma vítima em São Paulo que perdeu cerca de R$ 600 mil com um estelionato que começou no Tinder e terminou em uma corretora falsa de criptomoedas.

Uma advogada que preferiu não se identificar contou que conversa há mais de um mês com um estrangeiro e que ele topou até fazer chamada de vídeo – em péssima qualidade e sempre interrompida pela suposta fragilidade do sinal – para tentar mostrar que não era uma fraude.

Embora ela desviasse do assunto finanças, ele tentava falar sobre o tema. Após colocar a imagem dele no aplicativo Google Lens, que leva à foto indexada no buscador, ela viu que o golpista usava a foto de um político alemão.

A fraude costuma ser registrada pela polícia como estelionato sentimental – mesmo que não tenha ocorrido na internet. O termo golpe do amor é recente e está ligado ao aumento desse tipo de ação nas redes sociais.

Autoridades apontam para padrões nesse tipo de interação. A pessoa diz ser estrangeira e mostra a intenção de morar no Brasil; a conversa acontece em inglês ou o golpista diz que vai traduzir sua fala para o português; a foto é roubada de outra pessoa da internet; o número do WhatsApp é internacional; e, inevitavelmente, o dinheiro aparece em algum momento da conversa.

O crime pode envolver investimentos falsos em criptomoedas, transferências bancárias, doações e, em casos mais extremos, sequestros. O que une esses golpes é a manipulação emocional, sempre ligada a um romance.

No ano passado, a Receita Federal registrou um volume crescente de relatos em que a vítima foi induzida a pagar uma quantia ao criminoso para acessar bens e dinheiro em espécie que estariam retidos em aeroportos. Esses relatos incluem “propostas de casamento” e caixas com presentes, como um suposto anel para noivado.

Nesse tipo de esquema, o criminoso diz que pretende se mudar para o Brasil, que um pacote seu está retido na alfândega e que precisa de transferências da vítima para poder liberá-lo. A remessa seria parte de sua mudança ou algum presente. Segundo a autoridade, há outros episódios em que o golpista diz estar doente e envia fotos falsas de sua internação fictícia.

Conheça alguns padrões relacionados ao estelionato sentimental

– O golpista ou a quadrilha fisga a vítima nas redes sociais ou em aplicativos de namoro, onde as pessoas estão mais abertas a se relacionar;

– Utiliza fotografia de outra pessoa e diz ser estrangeiro. Quando a conversa migra para o WhatsApp, o número costuma ser internacional, o que dificulta sua rastreabilidade pela polícia;

– Trata a pessoa com gentileza e faz aproximações românticas, demonstrando interesse em relacionamento sério e vontade de morar no Brasil;

– Dificulta chamadas por vídeo ou encontros físicos;

– Fala sobre dinheiro, seja contando uma situação dramática, solicitando empréstimo ou convidando a pessoa a investir;

– Em golpes mais orquestrados, cria páginas falsas na internet –como de logística, em casos que pretende enviar uma remessa para o Brasil.

Veja dicas para se relacionar em aplicativos de namoro ou em redes sociais

– Não fale sobre dinheiro

Jamais compartilhe dados bancários ou faça qualquer transação como PIX e transferência a pessoas com quem você só se relaciona pela internet. Às vezes, o golpista não tem pressa e conversa por meses com a vítima para obter confiança;

– Sempre desconfie

Cheque informações da pessoa na internet: aplicativos como o Google Lens (disponível em celulares Android) ou Live Text (na Apple) permitem que você escaneie ou tire uma foto do perfil com quem conversa e encontre links relacionados a ele na internet;

– Se informe sobre segurança nos apps

Aplicativos de namoro têm páginas sobre segurança digital, física e sobre orientação para denúncias;

– Denuncie

Não tenha receio de denunciar comportamentos suspeitos e/ou ofensivos;

– Faça chamadas por vídeo no app

Mesmo que alguns criminosos consigam forjar, tente ver o rosto da pessoa em uma chamada de vídeo e confirmar se é a mesma pessoa da foto;

– Opte por recursos de verificação

No Tinder, perfis com tíque azul são genuínos porque passaram por uma comprovação de identidade; é desejável que todos solicitem essa verificação na plataforma;

– Não caia na conversa de remessas presas na alfândega

Em casos de supostas remessas trancadas pela Receita, veja se a empresa está habilitada no Brasil. A autoridade alerta que o pagamento de tributos nunca ocorre por meio de depósito/transferência em conta-corrente e que remessas expressas (courier) ocorrem só em empresas habilitadas pelo órgão;

– Não invista seu dinheiro por meio desse contato

Só invista em criptomoedas de forma independente: procure uma corretora brasileira credenciada e conheça seu agente;

– Não clique em links suspeitos

Não abra links enviados por alguém que você não conhece, especialmente em supostos convites de investimentos em criptomoedas ou de doações.

O que fazer em caso de golpe?

– Entre em contato com a polícia

Se você viu que a identidade da pessoa com quem conversa é falsa, entre em contato com a delegacia mais próxima para entender como pode colaborar. As delegacias de cibercrime são as mais indicadas. Confira a lista por capital.

– Denuncie e bloqueie

Evite entrar em discussões. Após orientação da polícia, denuncie o perfil à plataforma e bloqueie de seus aplicativos