Governador do Tocantins não explica R$ 7,8 milhões movimentados, diz PGR
Mauro Carlesse (PSL) foi alvo da Polícia Federal e afastado do cargo pelo STJ
Procuradoria-Geral da República afirma em manifestação enviada ao ministro Mauro Campbell, do STJ, que o grupo do governador Mauro Carlesse (PSL) recebeu R$ 9,5 milhões entre 2018 e 2021 e desse total ao menos R$ 7,8 milhões não tem explicação para a origem.
As transações são utilizadas pela PGR para se posicionar contra o pedido do político para retornar ao cargo do qual foi afastado após ser alvo das operações Éris e Hygea, no final de outubro.
Ele é apontado como líder de uma organização que teria aparelhado a segurança pública e que atuava em desvios na área de saúde.
“A farta movimentação de dinheiro em espécie e a contemporaneidade dos fatos são evidentes, justificando com tranquilidade as medidas cautelares”, afirma a sub-procuradora Lindôra Araújo.
Tocantins: esposa de promotor ocupou cargo na gestão do governador
A PGR também rebate a tese do governador de que os fatos teriam sido analisados e arquivados pela Justiça Eleitoral. A sub-procuradora afirma na manifestação que a esposa do promotor do caso ocupava cargo comissionado na gestão de Carlesse.
Lindôra também diz que merece apuração do Conselho Nacional de Justiça a postura do juiz do caso eleitoral que arquivou a investigação dois dias após o governador ser alvo das operações da Polícia Federal.
“Descontente com a total cooptação das estruturas de segurança pública, agia também para manter membro do Ministério Público Estadual (ninguém menos do que o Promotor Eleitoral) sob seu jugo, descortinando um modus operandi ostensivo de busca incessante pela frustração das investigações”, afirma a PGR.