Direitos Humanos

Governo anuncia criação de Comitê de Políticas de Migração

Mensagem de Marconi Perillo foi divulgada pelo secretário da Casa Civil, João Furtado, durante posse dos novos conselheiros dos Direitos Humanos

A constante entrada de bolivianos e haitianos em Goiás, num reflexo da crise migratória mundial, levou o Governo de Goiás à formatação, ainda em curso, do Comitê de Políticas de Migração, para criar políticas de Estado para imigrantes e refugiados. A informação foi divulgada na manhã de hoje (8), em mensagem do governador Marconi Perillo, durante a posse do Conselho Estadual de Direito Humanos para o biênio 2016/2018, no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira. O governador foi representando no evento pelo procurador de Justiça e secretário da Casa Civil, João Furtado.

Em sua mensagem, Marconi citou alguns dos argumentos que justificam um olhar mais sensível para os migrantes, ao lembrar que o número de pessoas deslocadas no mundo, só no ano passado, ultrapassou 60 milhões. São pessoas que fogem das guerras, das ações de grupos terroristas, dos desastres e também da falta de perspectiva de uma vida mais digna.

É nesse contexto que se inserem os novos membros do Conselho Estadual de Direitos Humanos. “Aqueles que hoje se incumbem dessa enorme tarefa sabem das dificuldades na luta contra a exclusão social e a barbárie”, avaliou o governador, na mensagem. “Falar em direitos humanos é reconhecer que, mesmo com muitos esforços e avanços para ampliar oportunidades e melhorar as condições de vida, temos de lidar com conflitos, muitas vezes dentro da própria família, e fragilidades”, continuou.

Marconi lamentou, ainda, as situações de carência e violência, de preconceito e dignidade negada a crianças, adolescentes, idosos, portadores de necessidades especiais, mulheres, quilombolas, negros e LGBTs. E citou números contabilizados pelo Disque Denúncia Nacional, o Disque 100, segundo os quais mais de 17,5 mil crianças e adolescentes podem ter sido vítimas de violência sexual no Brasil em 2015.

Nesse aspecto, ressaltou, “a dor e o ultraje ficam mais insuportáveis quando cada caso é particularizado, e vêm à tona sentimentos e história da vítima, como na tragédia da jovem de 16 anos que sofreu estupro coletivo no Rio de Janeiro”. Dessa forma, pontuou Marconi, “não há prevenção melhor que a oferta de perspectivas de estudo, de trabalho, de dignidade na existência”.

Novos conselheiros

Os titulares e suplentes do Conselho Estadual de Direitos Humanos, empossados hoje, terão como função articular as políticas públicas, apoiar e fiscalizar das ações de governo nessa área. Integrante da Secretaria da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e do Trabalho (Secretaria Cidadã), presidido pela titular da pasta, Lêda Borges, o Conselho tem como primado garantir voz e participação a todos os seus integrantes. Entre eles incluem-se membros da Assembleia Legislativa, OAB, Associação Goiana de Imprensa, CNBB, Associação de Pastores de Goiás, Fieg, UFG, UEG, PUC-GO, do Movimento dos Direitos Humanos e do Cevam.

Lêda Borges acredita que, com a desvinculação do Conselho da então Secretaria de Segurança Pública e Justiça, feita na reforma administrativa de 2014, o Conselho passa a ter uma visão mais abrangente dos direitos de todas as pessoas como seres humanos, e não apenas dos encarcerados. Ela acredita que, a partir de hoje, o Conselho possa realizar um trabalho profícuo na vigilância e defesa das políticas públicas de formação da consciência civilizatória da sociedade.