O governo decidiu hoje (25) criar o Comitê Executivo de Coordenação de Controle de Fronteiras para unificar as ações de combate aos crimes na fronteira do país, especialmente o tráfico de drogas e contrabando. O grupo será composto por representantes dos ministérios da Defesa, Fazenda, Casa Civil, Justiça e das Relações Exteriores, além da Polícia Federal, Receita Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional.
“É uma ideia antiga e, por solicitação dos ministros [José] Serra e [Raul] Jungmann, o presidente Michel [Temer] resolveu dar foco, luminosidade na ação do Brasil em várias áreas de fronteiras”, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, José Serra, a ideia é promover ações integradas e permanentes nas regiões de fronteira. “A ideia é ter uma visão comum, aprofundar o diagnóstico, fazer com que ações tenham caráter permanente e não episódicos, como outras ações que foram bem-sucedidas mas careceram de continuidade nessa matéria”, disse.
O comitê, segundo o ministro, também terá como objetivo ampliar a cooperação bilateral entre os países da região. “O crime não se dá na linha da fronteira, mas no interior dos territórios, seja na origem, seja no deslocamento. A ideia é ter um mecanismo permanente. Uma ação coordenada que vai envolver, no futuro, uma ação diplomática, que tem existido, mas muito mais intensa”, explicou.
Segundo Serra, anualmente, o Brasil registra mais de R$ 20 bilhões em perda de arrecadação devido ao contrabando.
Operação Ágata
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou que as Forças Armadas farão uma nova etapa da Operação Ágata, de combate a crimes na fronteira, para garantir a segurança da Rio 2016.
“Vamos iniciar, nos próximos, dias uma operação que irá envolver 15 mil homens na fronteira, 27 aeronaves, oito navios e 80 lanchas, ao custo de R$ 9 milhões. Ela vai envolver todas as nossas fronteiras e visa assegurar a realização tranquila para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.”
A ação, segundo o ministro, será baseada na inteligência e ocorrerá de forma “não previsível” e em vários momentos.