Governo de extrema direita liderado por Giorgia Meloni toma posse na Itália

Durante a cerimônia, que aconteceu no Palácio do Quirinal, em Roma, Meloni e seus 24 ministros juraram um a um “respeitar a Constituição e as leis” da terceira maior economia da Europa. Uma cerimônia oficial de transferência de poder, com po ex-premier Mario Draghi, acontecerá no domingo.

“Aqui está a equipe do governo que, com orgulho e senso de responsabilidade, servirá a Itália”, declarou Meloni, minutos depois, em mensagem publicada no Twitter junto com uma foto de seu Gabinete. “Agora direto para o trabalho.”

Meloni obteve uma vitória histórica nas eleições legislativas de 25 de setembro e conseguiu “desdemonizar” seu partido para chegar ao poder exatamente um século após a ascensão do ditador fascista Benito Mussolini, de quem era admiradora.

Conhecida por suas opiniões conservadoras, como a proibição ao aborto e outras pautas de costumes, a nova premier, no entanto, tem dito que seu governo — o 68º que o país verá em 76 anos — se concentrará em questões urgentes para a população, especialmente a crise econômica.

Na sexta-feira, pouco depois de ser nomeada primeira-ministra, ela chegou a apresentar seu governo nas redes sociais como “um Executivo de alto nível que poderá trabalhar rapidamente para responder às emergências da nação e de seus cidadãos”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, parabenizou Meloni e disse que espera uma “cooperação construtiva” com seu governo.

“Parabéns a Giorgia Meloni por sua nomeação como primeira-ministra da Itália, a primeira mulher a ocupar o cargo”, tuitou von der Leyen.”Aguardo uma cooperação construtiva com o novo governo diante dos desafios que enfrentamos juntos.”

O porta-voz do Parlamento Europeu, Roberto Metsola, juntou-se aos parabéns, tuitando em italiano: “A Europa precisa da Itália”.

O novo governo terá maioria absoluta na Câmara e no Senado, graças à coalizão com a Liga, o partido de extrema-direita e anti-imigração de Matteo Salvini, e o declínio da Força Itália de Silvio Berlusconi. Ela se dirigirá a ambas as casas do Parlamento na próxima semana para um voto de confiança que confirmará que ela detém a maioria.

Meloni enfrenta o governo em um momento difícil, que envolve conduzir a terceira maior economia da zona do euro e sua gigantesca dívida durante uma crise de energia agravada pelo aumento das taxas de juros e desaceleração do crescimento econômico. As fissuras internas de sua coalizão também já começam a ficar visíveis, com Berlusconi tentando sabotar sua escolha para presidente do Senado na semana passada.

Esta semana, Berlusconi continuou a causar estragos quando uma mensagem de áudio foi divulgada pela agência de notícias LaPresse na qual ele elogiou o presidente russo, Vladimir Putin, dizendo que reacendeu sua amizade por meio de presentes e cartas, e culpou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pela invasão da Rússia.