Saúde

Governo diz que 30% dos inscritos no Mais Médicos iniciaram atividades

Segundo o Ministério da Saúde, foram recebidas 34.357 inscrições até o início da noite de segunda-feira (3). Destas, 8.393 tiveram vagas selecionadas, o equivalente a 98,5% do total de vagas disponíveis no edital

Balanço divulgado nesta terça-feira (4) pelo Ministério da Saúde aponta que cerca de 30% dos profissionais inscritos no edital do Mais Médicos já se apresentaram aos municípios para iniciar as atividades. Os demais têm até 14 de dezembro para entregar a documentação necessária e confirmar o interesse nas vagas. A data corresponde ao prazo final para apresentação aos municípios.

Considerado emergencial, o edital com 8.517 vagas no programa ocorre após o fim da participação de Cuba no Mais Médicos. A decisão, anunciada pelo governo cubano em 14 de novembro, foi atribuída a declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que tem feito críticas à formação dos médicos e à falta de revalidação do diploma desses profissionais.

Segundo o Ministério da Saúde, foram recebidas 34.357 inscrições até o início da noite de segunda-feira (3). Destas, 8.393 tiveram vagas selecionadas, o equivalente a 98,5% do total de vagas disponíveis no edital.  Na outra ponta, porém, 124 vagas, localizadas nos estados de Amazonas, Pará e Amapá, ainda não tinham médicos interessados, a maioria em locais considerados como de maior vulnerabilidade.

Levantamento feito pela Folha de S.Paulo mostrou que, entre essas vagas restantes, 73 ficam em distritos sanitários indígenas e 51 em cidades com 20% da população ou mais em situação de extrema pobreza.

Migração

Embora a adesão ao edital seja considerada alta, a possibilidade de desistência e de uma migração de médicos que já atuavam na rede para vagas do Mais Médicos vem gerando preocupação em secretários de saúde.

Balanço divulgado na última semana pelo Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde) aponta que quatro em cada dez inscritos para ocupar as vagas já atuavam em unidades de saúde por meio do Programa Saúde da Família. O temor, assim, é que, ao mesmo tempo em que indique a possibilidade de ocupação das vagas hoje abertas, a migração gere desassistência em outros locais.

Desde a última quinta-feira (29), o Ministério da Saúde passou a ligar para médicos inscritos para solicitar que se apresentem aos municípios de forma imediata. Também pede que aqueles que planejam desistir das vagas comuniquem as prefeituras para apressar o lançamento de um novo edital.