Saúde

Governo mineiro adota vacinação domiciliar contra febre amarela

Essa medida é costuma ser usada em casos de surto da doença

Agentes de saúde estão imunizando, de casa em casa, as populações dos municípios mineiros com casos suspeitos de febre amarela. Segundo a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, a vacinação é iniciada primeiramente no domicílio dos casos suspeitos, em seguida nos vizinhos, e assim va se expandindo até atingir todo o município. Esse tipo de medida é usado em casos de surto da doença.

Essa ação será adotada em todos os municípios que registraram casos suspeitos: Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga, Imbé de Minas, Entre Folhas, Ubaporanga, Ipanema e Inhapim. Cidades vizinhas também podem entrar na lista.

O público-alvo da vacina é toda a população acima de 6 meses de idade. Para além da ação domiciliar, a orientação é que todos que moram no estado procurem os postos de saúde para receber a vacina.

Normalmente, o imunizante contra a febre amarela é administrado em duas doses: uma aos 9 meses de idade e um reforço aos 4 anos, ou, para indivíduos de 2 a 59 anos, com intervalo de dez anos entre uma dose e outra. Porém, o Ministério da Saúde e o estado de Minas estão adotando medidas de situações de surto, ou seja, toda a população do estado que nunca foi imunizada e que tenha mais de 6 meses de idade receberá duas doses da vacina, com intervalo de 30 dias entre elas.

Reforço de vacinas

O Ministério da Saúde enviou um reforço de 285 mil doses da vacina contra a febre amarela, para reforçar o estoque de 280 mil que o estado tinha. Quem for viajar para Minas também deve ser imunizado.

Nessa segunda-feira (9), o ministério recebeu, da Secretaria de Saúde mineira, a informação de que dez municípios do estado registraram 23 casos de febre amarela, sendo 16 prováveis e sete em investigação. Dentre eles, 14 mortes. A pasta enviou duas equipes do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde para ajudar nas investigações e ações de controle da doença.

O Ministério da Saúde recomenda às pessoas que residem ou viajam para regiões silvestres, rurais ou de mata, consideradas áreas com recomendação da vacina contra febre amarela, que se vacinem contra a doença. Os meses de dezembro a maio registram, tradicionalmente, o maior número de casos de transmissão em grande parte do Brasil. A vacina contra a febre amarela é ofertada na rede pública de saúde de todos os estados. Na semana passada, depois da morte de um homem pela doença, em Ribeirão Preto (SP), o Ministério da Saúde reforçou a recomendação para para vacnação.

A doença

Os sintomas iniciais causados pelo vírus da febre amarela são calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. O índice de mortalidade, em estágio grave, alcança de 20% a 50% dos doentes.