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Governo publica MP que assegura Auxílio Brasil de R$ 400 ainda em dezembro

Valor para 2022 depende de PEC dos Precatórios, mas poderá ser definido por meio de decreto pelo presidente Bolsonaro

Auxílio Brasil turbinado beneficia mais estados onde PT venceu em 2018 (Foto: Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) editou a medida provisória que garante o pagamento mínimo de R$ 400 às famílias beneficiárias do Auxílio Brasil ainda no mês de dezembro.

O texto cria o chamado “Benefício Extraordinário” e foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (7).

A medida tem vigência imediata, o que significa que 14,6 milhões de famílias contempladas pelo Auxílio Brasil receberão o novo valor já a partir da próxima sexta-feira (10), quando inicia o calendário de pagamentos deste mês.

Em novembro, o valor médio do Auxílio Brasil foi de R$ 224,41, mas Bolsonaro já prometeu um repasse de ao menos R$ 400 até o fim de 2022, ano em que ele buscará sua reeleição.

Segundo o Ministério da Cidadania, do total de 14,5 milhões de famílias atendidas em novembro, 13 milhões recebiam menos de R$ 400.

O texto prevê expressamente que o Benefício Extraordinário será equivalente ao valor necessário para alcançar a quantia de R$ 400.

A medida vem antes mesmo de o governo conseguir a aprovação integral da PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios, que altera a regra de cálculo do teto de gastos (que limita o avanço das despesas à inflação) e também adia o pagamento de parte das dívidas judiciais da União contra as quais já não cabe recurso.

As mudanças abrem um espaço de R$ 106 bilhões no Orçamento de 2022, dos quais R$ 51,1 bilhões serão destinados à ampliação do programa social.

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A proposta foi aprovada na Câmara, mas sofreu alterações no Senado, o que exige nova apreciação do texto pelos deputados.
Nesta terça-feira (7), os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciaram um acordo para fatiar a PEC e promulgar a parte que foi aprovada com a mesma redação nas duas casas. Segundo Pacheco, a medida vai assegurar desde já um espaço extra de mais de R$ 60 bilhões.

A folga restante ainda dependerá da votação do restante da PEC, que será apensada a uma proposta já em tramitação e que pode ser levada diretamente a plenário. A apreciação está prevista para a próxima terça-feira (14).

Antes do anúncio do acordo, o vaivém nas negociações da PEC despertou dentro do governo o temor de atraso no cronograma de implementação da parcela extra no benefício das famílias, o que levou a área política a deflagrar a estratégia da medida provisória.

A MP vai destinar à parcela extra do Auxílio Brasil em dezembro R$ 2,67 bilhões que antes estavam reservados para o Bolsa Família -marca das gestões petistas-, mas agora estão disponíveis no Orçamento.

A “sobra” existe porque, ao longo de 2021, muitas famílias que integravam o programa migraram para o auxílio emergencial, pago a vulneráveis em decorrência dos impactos socioeconômicos da Covid-19 e que foi bancado com recursos fora do teto de gastos.

O texto também permite que o governo defina por meio de decreto o valor extra a ser pago entre janeiro e dezembro de 2022. Segundo técnicos do governo, o dispositivo deixa o terreno preparado para que Bolsonaro estenda o valor extra do Auxílio até o fim do ano que vem assim que houver espaço no Orçamento para isso.

A edição do decreto, porém, vai depender não só da promulgação da PEC dos Precatórios, mas também da modificação do Orçamento de 2022 para incluir a despesa adicional com o programa social. A inclusão de novas famílias também deve ser feita apenas depois do avanço dessas duas medidas, uma vez que depende da disponibilidade de recursos.

Na última quinta-feira (2), após reunião no Palácio do Planalto, o ministro da Cidadania, João Roma, disse que o pagamento de R$ 400 às famílias do Auxílio Brasil deve ser feito ainda em dezembro, embora não tenha citado na ocasião a estratégia da medida provisória.

“Os prazos [de tramitação da PEC] estão apertados, estão além do que esperávamos, mas não serão obstáculo para a gente cumprir a nossa missão”, afirmou Roma na ocasião.

Mesmo com a aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados, no início de novembro, o Palácio do Planalto já vinha trabalhando com a edição da MP como uma espécie de plano B para assegurar o pagamento dos R$ 400 ainda em dezembro, caso a tramitação da proposta no Senado levasse mais tempo do que o previsto –o que acabou acontecendo.

VEJA O CALENDÁRIO COMPLETO DE PAGAMENTOS EM DEZEMBRO:

Final do NIS – Data do pagamento
1 – 10/dez
2 – 13/dez
3 – 14/dez
4 – 15/dez
5 – 16/dez
6 – 17/dez
7 – 20/dez
8 – 21/dez
9 – 22/dez
0 – 23/dez