No esforço para reduzir gastos e mostrar que o governo está tentando cortar na própria carne, o Ministério do Planejamento finaliza um novo sistema de transporte de servidores públicos a serviço. Carros oficiais sairão das ruas e darão lugar a veículos contratados que serão chamados por um aplicativo de celular. Essa espécie de “Uber do governo” deve reduzir a conta anual de transporte em cerca de R$ 26 milhões.
A novidade foi anunciada pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que preferiu não usar o nome do aplicativo que causa polêmica, especialmente entre taxistas. “Não podemos usar o nome mas será um sistema alternativo à frota do governo. Será uma frota contratada, pode ser uma cooperativa, e que terá de fornecer um aplicativo próprio”, disse. “Está praticamente pronto e tem semelhança com o sistema para chamar o transporte individual.”
Se no Uber o usuário precisa informar o telefone celular e o número do cartão de crédito, o “Uber do governo” vai exigir outros dados: matrícula e órgão do servidor serão algumas das informações exigidas dos funcionários públicos que precisarem se deslocar a serviço do governo.
Com o novo serviço, o Ministério do Planejamento calcula que conseguirá diminuir em 53% essa conta anual de transporte que atualmente gira em torno de R$ 49 milhões. Por ano, servidores públicos federais realizam 490 mil trajetos de carro a serviço. A economia de cerca de R$ 26 milhões virá da redução do gasto com manutenção de veículos, motoristas, combustível e seguro, entre outras despesas. “Isso permitirá a melhor alocação dos recursos”, diz Dyogo Oliveira.
Além da conta menor, o ministro ressalta que o novo serviço permitirá gerar estatísticas que poderão ser úteis, como os trechos mais usados pelos servidores e os destinos mais demandados. “Passaremos a ter informação sobre como os servidores se movimentam.”