Tchau, brigado!

“Graças a Deus o partido está livre dela”, diz Kajuru sobre Lúcia Vânia

A presidência estadual do PSB foi assumida pelo deputado federal Elias Vaz, após afastamento da ex-senadora do cargo

O senador goiano Jorge Kajuru (PSB) afirmou, durante coletiva de imprensa, que a ex-senadora Lúcia Vânia morreu politicamente e se mostrou aliviado com a saída dela do Partido Socialista Brasileiro. “Graças a Deus o partido está livre dela”, disse. A fala foi em coletiva de imprensa durante a convenção estadual da legenda, em Goiânia, na tarde desta sexta-feira (10).

Na última semana, a Justiça confirmou a decisão do diretório nacional da sigla pelo afastamento da ex-senadora da presidência da legenda em Goiás. Ela é acusada de infidelidade partidária e de deixar dívidas no diretório goiano.

Na tarde desta sexta-feira, o deputado federal Elias Vaz assume oficialmente o cargo deixado por Lúcia Vânia. Ele comentou a relação entre ela e o partido. “Acho que Lúcia Vânia tem seu papel histórico, deu sua contribuição. Nós tivemos alguns problemas internos. Mas isso é página virada. Ela já declarou que vai construir projeto em outro partido e nós respeitamos isso”, disse.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que não quer comentar o assunto. “A ex-senadora é uma página virada. Vamos falar sobre o presente e o futuro. O passado já passou e eu não quero falar sobre isso”, enfatizou.

Acusações

Três motivos que levaram ao pedido de afastamento: infidelidade partidária, dívidas  e o fraco desempenho do PSB nas eleições para deputado federal em 2018.

A ex-senadora teria feito declarações públicas de abandono da legenda e de que iria se filiar ao Partido Cidadania. Além de ter convocado reunião para conclamar lideranças do PSB para também migrar de legenda. Por isso é acusada de infidelidade partidária.

O partido aponta uma dívida de R$700 mil do diretório estadual enquanto estava sob a presidência de Lúcia Vânia. Os valores seriam referentes a aluguel, salários de colaboradores e encargos trabalhistas. A legenda afirma que, entre janeiro de 2018 e março de 2019, o diretório goiano recebeu do PSB nacional mais de R$1,7 milhão. Mas teria deixado de justificar os gastos. As informações estão presentes em uma liminar, expedida pelo presidente em 11 de abril.

“A deficiente gestão do diretório explica o parco desempenho obtido pelo PSB nas eleições para deputado federal em Goiás no ano de 2018”, também é parte da justificativa do pedido de afastamento, que consta na liminar. O partido obteve apenas 2,62% dos votos no Estado, percentual que não atende ao desempenho mínimo de 5% exigido pelo artigo 87 do Estatuto para os Diretórios Estaduais.