Lamento, cidadão!

Grávidas e mães que deram à luz esperam leitos na Maternidade Nascer Cidadão

Profissionais da unidade denunciam atendimento às gestantes e mães de recém nascidos, em unidade de Goiânia

O nascimento de um bebê em uma família é motivo de espera e satisfação com a chegada. Mas dar de cara com um mundo dramático é desnecessário para qualquer um, principalmente com as imagens registradas do drama que vivem pelo menos cinco pacientes que esperam em macas nos corredores por um leito hospitalar desde a tarde de desta quinta-feira, 26. As cenas foram registradas na Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia.

“A cena não é igual à que se mostra nas propagandas do Município,” diz um médico que prefere não ser identificado, mas a indignação pela situação dos pacientes esclarece a situação que ele passa. As pacientes recém dadas à luz ficam com os bebês em cima de macas que têm cerca de 1 metro de largura. Quase todas têm acompanhante, para revezar quem segura as crianças.

“Não tenho outro jeito. Plano de saúde é caro, marido está desempregado. O enxoval, tive que ganhar. É esperar receber alta e ir para casa, para ter conforto”, disse uma mãe de um bebê que nasceu normal. A mulher estava com o marido no corredor. Após dar a declaração, pediu para não ser citada, por medo de receber alguma diferença na forma de tratamento.

 

Funcionários já buscaram a direção da unidade, para solicitar que sejam atendidos no quesito melhorar o atendimento e as condições dadas para trabalho. “Os consultórios estão sendo usados como enfermarias, para se ter uma ideia. Só hoje, seis grávidas estavam esperando para dar à luz na unidade — quem não desse à luz normal, teria de ter o parto induzido”, disse um médico.

A mãe de uma criança que estava no corredor amamentava, e o pai, em uma cadeira aos pés da maca, aguardava. “Vou aprender a colocar para arrotar”, dizia, feliz pelo nascimento do primeiro filho. A queixa, no momento, ainda não era pelo leito improvisado. A água era pega em um bebedouro, pelo pai, que enchia a garrafa trazida de casa. Amamentar dá sede.

Ao Mais Goiás a Secretaria Municipal da Saúderespondeu (às 21h38) em nota. Leia a íntegra:

Devido a insuficiência da rede obstétrica em cidades do interior do Estado, a Maternidade Nascer Cidadão tem recebido uma alta demanda de gestantes que procuram a unidade para assistência ao parto. A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) esclarece que o assunto segue em discussão com a Secretaria Estadual de Saúde.
Por fim, a SMS reitera que a Nascer Cidadão é referência em parto humanizado e no atendimento à mulher e ao recém-nascido e que desenvolve um trabalho de significativa importância na assistência às gestantes da Capital.