Reforma trabalhista

Greve na França atinge postos de gasolina e transportes

Paralisação chega as 19 centrais nucleares do país, que geram mais de 75% da eletricidade dos franceses

Os bloqueios dos centros industriais e de infraestruturas de transportes multiplicam-se hoje (26) na França, especialmente nas plataformas petrolíferas e centrais nucleares, em ações de protesto contra a reforma trabalhista.

A Confederação Geral do Trabalho indicou que a paralisação atinge as 19 centrais nucleares do país – que geram mais de 75% da eletricidade na França – mas não acredita que sejam desligados os 58 reatores, antes da redução da carga produzida.

O acesso a muitos depósitos petrolíferos estava fechado pela manhã por piquetes de greve, mesmo depois de as autoridades terem sido chamadas a agir em 11 bloqueios nos últimos dias. Segundo a União Francesa de Indústrias Petrolíferas, seis das oito refinarias do país encontram-se total ou parcialmente fechadas.

Como consequência, segundo o primeiro-ministro, Manuel Valls, entre 20 a 30% dos postos de combustíveis do país estão desabastecidos.Os piquetes de greve também bloquearam total ou parcialmente o acesso a centros industriais, como a zona portuária de Brest, uma área de fabrico de submarinos nucleares.

Ações semelhantes ocorreram em infraestruturas estratégicas como as pontes de Normandia e de Tancarville sobre o Rio Sena, no aeroporto de Nantes, na linha férrea entre Paris e Brest e na autoestrada entre Bordéus e Baiona. Os controladores aéreos franceses também estão em greve, o que levou ao cancelamento de vários voos.

Reforma trabalhista

Esta é a oitava jornada de mobilização convocada pelos sindicatos, desde março, com o objetivo de exigir a retirada do projeto de lei da reforma trabalhista, que os sindicalistas acusam de destruir direitos.

A três semanas da abertura do Campeonato Europeu de Futebol 2016, o primeiro-ministro adiantou hoje que o projeto de lei para a reforma será aprovado neste verão, insistindo no argumento de que a lei “é boa para as empresas, boa para os trabalhadores e boa para os sindicatos”. Ele destacou ainda que está fora de questão “mudar de direção”, mas admitiu que possam ocorrer algumas modificações.