Acusado de agressão

Henrique Arantes defende contração do goleiro Jean pelo Atletico Goianiense, via Twitter

Deputado afirma que justiça apura caso e o atleta, que não terá status de ídolo, deve pagar. Apesar disso, o parlamentar entende que ele tem o direito de trabalhar

Henrique Arantes defende contração do goleiro Jean no Twitter e explica ao Mais Goiás

Via Twitter, o deputado estadual Henrique Arantes (MDB), defendeu a contratação do goleiro Jean, emprestado ao Atlético Goianiense pelo São Paulo. No texto, o emedebista diz que o jogador “cometeu um erro e a justiça está apurando e ele vai pagar do tamanho do erro que cometeu. ACG busca um jogador e não um marido pra ninguém. Apoio a contratação”.

A publicação foi criticada entre os internautas. “Mas o que está em tela não é ‘arrumar marido’. O absurdo é contratar criminoso”, rebateu um. “Lamentável que seja a postura de um homem público eleito com o voto do povo, inclusive, de mulheres que agora desrespeita”, publicou uma internauta, que foi respondida por Henrique: “Releia o que eu escrevi, disse que ele tem que pagar pelo que fez. Não desrespeito mulheres, não invente coisas. Não viaja.”

Da mesma forma, o comentário também repercutiu posições favoráveis. “O que ele fez a justiça está apurando, mas ele com jogar tb acho que não tem nada a ver ele não cometeu nenhum crime em campo (sic).”

Pingos nos ‘i’s

Ao Mais Goiás, Henrique Arantes, que é torcedor do Atlético-GO, explicou a postagem. Segundo ele, não é defendida impunidade, pelo contrário. “Ele cometeu um erro grave e a justiça está apurando. Ele tem que pagar”, assinala.

Apesar disso, Arantes entende que Jean tem o direito de trabalhar. “A Internet quer fazer a execução, impedir de trabalhar. A pessoa não tem o direito de corrigir seu erro? O que faz com um cidadão que erra?”.

Ele citou, ainda, casos de Neymar (PSF), investigado por estupro [mas que teve o inquérito arquivado], e de Cristiane Ronaldo (Juventus), que também passa por um processo na justiça. “Vão mandar eles embora de seus respectivos clubes?” Já o caso do goleiro Bruno [condenado pela morte de Eliza Samudio], ele diz completamente fora da curva e não faz qualquer defesa.

Ainda foi questionado se Henrique acharia que Jean seria tratado como ídolo no clube. “Não terá esse status, até porque nem será titular. O titular é o Maurício.” Ainda segundo o deputado, o atleta sabe que está errado e, inclusive, foi para o Atlético para receber metade do salário. “Quem tem que julgar a justiça”, finaliza.

Caso

O goleiro Jean, que é investigado por agredir a mulher nos Estados Unidos, foi emprestado pelo São Paulo ao Atlético-GO. O acerto foi feito nesta segunda-feira (13) e anunciado pelo presidente do clube, Adson Batista, à imprensa. Todo o trâmite acontece após o clube paulista suspender o contrato com o atleta.

Segundo Adson, o jogador tem contrato com o São Paulo até 2022. O clube goiano terá 20% sobre os diretos econômicos do goleiro e o receberá em uma possível venda feito pelo clube paulista. O presidente do clube afirma que está disposto a dar uma segunda chance ao jogador.

Mais detalhes

A mulher do goleiro, Milena Bemfica, relatou nas redes sociais, em 17 de dezembro do ano passado, que foi vítima de agressão. No momento em que ela diz estar no banheiro, é possível ouvir uma voz que seria do jogador dizendo “você vai fazer isso com a sua filha?”.

Em outro post, ela mostrou uma conversa por mensagem com o goleiro no Instagram. “Eu sempre estive com você. Você não pode virar as costas pra mim assim… sem me ouvir”, escreveu ela. “Parabéns. Terminou com a minha carreira. E suas filhas vão passar fome”, respondeu ele.

O casal estava de férias em Orlando, nos EUA, com as duas filhas. Ele foi preso na manhã do dia seguinte. O nome dele chegou a ser registrado no sistema do Departamento de Correções do Condado de Orange, pelo crime de violência doméstica. Jean passou um dia preso e foi liberado sem pagamento de fiança, pois fez a promessa de que compareceria perante o tribunal em futuras audiências e de não se envolver em outras ações ilegais.

Apesar de ter sido liberado, ele continua sendo processado na Flórida pelo crime de violência doméstica. Foi dada uma ordem de restrição para que ele mantenha distância de Milena. Ele pode manter contato com as filhas, desde que tenha supervisão de terceiros.

Milena não quis prestar queixa, mas o processo continua a tramitar pela Justiça estadunidense. A ordem de restrição afirma que, mesmo sendo vítima, ela não pode solicitar a retirada da ordem judicial.