Homem acusa policiais de agressão e racismo durante abordagem, em SP
Ele diz que os policiais não questionaram seu nome, profissão ou o motivo de estar ali
Um homem acusa policiais militares de agressão e racismo em Santos, São Paulo (SP). Ele, que passeava com seus gatos quando foi abordado, diz ter sido detido sem justificativa depois que o alarme de uma farmácia disparou. Ele passou a noite em uma cela; os gatos, por sua vez, ficaram em uma mochila. O caso ocorreu na última segunda-feira (9/12).
Ueslei Abreu, de 34 anos foi abordado pelos policiais em frente ao estabelecimento, no bairro do Gonzaga. Ele relatou que, ao questionar o motivo da abordagem, levou um tapa no rosto. Em seguida, ele afirma ter sofrido mais agressões e ter sido “arrastado” até a delegacia.
Ueslei passou a noite algemado na unidade policial, acompanhado dos dois gatos, que ficaram dentro de da mochila. Ele diz que os policiais não questionaram seu nome, profissão ou o motivo de estar ali. O homem apresentava hematomas no olho esquerdo e no punho.
No boletim de ocorrência, os policiais disseram que foram acionados pelo disparo do alarme da farmácia. Ao chegarem no local, encontraram Ueslei sentado próximo à porta de ferro do estabelecimento, o que provavelmente havia disparado o sistema de segurança.
De acordo com os policiais, um deles pediu ao administrador que ficasse em pé e levantasse a camiseta, o que ele fez. No entanto, quando os PMs pediram para que ele colocasse as mãos na cabeça, o homem teria caminhado em direção aos agentes e questionado se a abordagem era motivada por ele ser negro.
Agentes relataram que o homem teria cometido desacato, com os termos “policiais de bosta”.
Advogada aponta que PMs agiram com agressão desproporcional e racismo estrutural
A advogada de Ueslei, Anna Fernandes, solicitou acesso ao processo e às imagens das câmeras de segurança do local. “A queixa é fundamentada na questão da violência desproporcional e desmedida. [Foi] uma abordagem totalmente equivocada, por conta do racismo estrutural. Nitidamente, ele foi vítima de racismo. Provavelmente, a polícia achou que ele não era morador dali”, diz a advogada.
A Secretaria da Segurança Pública disse, em nota, que o caso foi registrado como intervenção policial e desacato, e está sendo investigado pelo 7º DP de Santos. A Polícia Militar também está apurando o caso por meio de um Inquérito Policial Militar.
*Com informações do portal Metrópoles