Homem que matou companheira após 47 anos de casados vai a júri popular nesta sexta (14), em Goiânia
O crime ocorreu em dezembro de 2018, no Residencial Real Conquista, em Goiânia, após o autor achar que a esposa o traía
Um idoso, de 74 anos, enfrenta júri popular nesta sexta-feira (14). Ele é acusado de matar a companheira com quem teve um casamento de 47 anos. O crime ocorreu em dezembro de 2018, no Residencial Real Conquista, em Goiânia.
Segundo consta nos autos, Francisco Mariano do Nascimento passou a desconfiar de uma suposta traição por parte da esposa Maria da Conceição Silva do Nascimento. No dia anterior ao crime, o acusado se recusou a ingerir o remédio que usualmente tomava para dormir com receio da esposa sair para se encontrar com outro homem.
Na noite em questão, o casal dormiu junto, como de costume, mas o denunciado ainda se encontrava obcecado com a ilusão de traição.
Assim, por volta das 6h da manhã do dia 30 de dezembro de 2018, Francisco se levantou, foi até a cozinha, pegou uma faca e retornou ao quarto onde a companheira despertava do sono. Em seguida, passou a desferir vários golpes de faca contra a mulher.
Na sequência, confessou o crime a vizinhos e ao filho, que residia nos fundos do imóvel do autor.
Depois disso, ele pegou o carro e saiu, tendo sido preso quando entrava no estacionamento da Central de Flagrantes, onde afirmou que iria se entregar.
Denúncia
Para o Ministério Público de Goiás (MP-GO), a materialidade do crime vem estampada nos autos por meio do Exame Cadavérico, bem como pelos detalhes dos depoimentos das testemunhas e do próprio acusado.
Ressaltou que consta ainda a presença da qualificadora, cujo recurso que impossibilitou a defesa da vítima, vez que se encontrava sentada na cama, despertando do sono, quando foi surpreendida com os golpes desferidos pelo denunciado.
Ficou demonstrada, também, a qualificadora do feminicídio, pois o crime foi cometido contra a vítima em razão de sua condição feminina, no contexto de violência doméstica e familiar.
Julgamento
A sessão de julgamento acontece desde às 8h30, no Fórum Cível, situado no Park Lozandes, sob a presidência do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra o Crime e Tribunal do Júri de Goiânia. O réu permanece preso.