Homens solteiros têm duas vezes mais chances de morrer por insuficiência cardíaca do que os casados, diz estudo
Pesquisa com mais de 6 mil pessoas mostra que eles são menos propensos a ter alguém monitorando saúde
Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, realizaram um estudo em que mostra que um casamento feliz é uma das chaves para uma vida mais longa e saudável. Segundo eles, os homens solteiros têm duas vezes maiores chances de morrer por insuficiência cardíaca dentro de cinco anos após o diagnóstico do que os casados.
A descoberta se baseou em uma análise com mais de 6.800 adultos americanos com 45 anos ou mais. Isso permitiu aos especialistas ver quanto tempo os pacientes de diferentes grupos sobreviveram, em média. Os resultados aumentaram as evidências que destacam os benefícios de um casamento, incluindo a redução no risco de ter demência e diabetes tipo 2.
Os cientistas afirmaram que a interação social e o isolamento desempenham um papel importante no humor e na saúde de modo geral, mas que o principal motivo para esse aumento é porque os solteiros são menos propensos a ter alguém monitorando a sua saúde. Visto que nas mulheres não houve ligação entre o estado civil e o risco de morte por insuficiência cardíaca, assim como os homens viúvos, divorciados ou separados, também não tiveram.
“Como médicos, precisamos pensar em nossos pacientes não apenas em termos de fatores de risco médicos, mas também no contexto de suas vidas. Na medida que nossa população está envelhecendo e vivendo mais, é imperativo determinar a melhor forma de apoiar a população durante o processo de envelhecimento, e isso pode não ser tão fácil quanto tomar uma pílula”, diz Katarina Leyba, médica residente da Universidade do Colorado e principal autora do estudo.
A médica ainda afirma que é preciso adotar uma “abordagem personalizada e holística” para apoiar os pacientes, especialmente em casos de insuficiência cardíaca. A pesquisa será apresentada na Sessão Científica Anual do American College of Cardiology juntamente com o Congresso Mundial de Cardiologia em 4 de março.
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Insuficiência cardíaca
Ao contrário de um ataque cardíaco, que ocorre quando o suprimento de sangue para o coração é subitamente bloqueado, a insuficiência cardíaca é uma condição crônica na qual o coração não consegue mais bombear sangue com eficácia porque o músculo ficou enfraquecido.
Entre os principais sintomas estão a falta de ar após a atividade ou em repouso, sentir-se cansado a maior parte do tempo e achar o exercício exaustivo, tontura, ou desmaio, além de tornozelos e pernas inchadas. Algumas pessoas também apresentam outros sintomas, como tosse persistente e batimento cardíaco acelerado.
Nos Estados Unidos, aproximadamente 6,2 milhões de adultos sofrem com a doença, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). No Brasil, a condição também é considerada comum com mais de 2 milhões de casos por ano.
Tratamento
O tratamento para insuficiência cardíaca geralmente visa controlar os sintomas pelo maior tempo possível e retardar a progressão da doença e normalmente é para a vida toda.
Entre os mais comuns estão a mudança no estilo de vida, incluindo uma dieta saudável, exercícios regulares, parar de fumar e parar de consumir bebidas alcoólicas. Medicamentos também podem ajudar, entretanto, muitos pacientes precisam tomar de dois a três diferentes juntos o que pode causar problemas nos rins e fígado.
Dispositivos implantados no peito para controle de batimentos cardíacos também podem ser uma opção de tratamento se tiver o acompanhamento de um médico especialista, além da cirurgia, dependendo da gravidade da insuficiência.