Hospital de Manaus confirma 4 vítimas e nega morte de ala inteira
O HUGV (Hospital Universitário Getúlio Vargas) informou que quatro pacientes morreram nas suas dependências na…
O HUGV (Hospital Universitário Getúlio Vargas) informou que quatro pacientes morreram nas suas dependências na manhã de quinta-feira (14), período em que a unidade ficou sem oxigênio para o tratamento de pacientes com Covid-19.
Em nota, o hospital, que é ligado à Universidade Federal do Amazonas, informou que foram três mortes no Centro de Terapia Intensiva e um da enfermaria. E negou a informação de que uma ala inteira de pacientes do hospital teria sucumbido por falta de oxigênio.
O CTI, por exemplo, estava com 29 pacientes no momento em que faltou o oxigênio, informou a assessoria da universidade.
Médicos que trabalham no HUGV relataram à Folha que as primeiras horas do dia na unidade foram de tensão, após o nível de oxigênio atingir nível crítico, afetando todos os pacientes internados que utilizavam respiradores.
“Hoje é o pior dia do hospital desde o início da pandemia”, relatou o profissional, que é residente na unidade.
Ele contou que, por volta de 8h da quinta (14), o nível de oxigênio no HUGV chegou ao ponto mais crítico, levando a óbito pacientes que estavam em ventilação mecânica no CTI e um que estava internado na enfermaria.
Nesta sexta-feira (15), os profissionais de saúde relatam que as doações de cilindros de oxigênio e as transferências de pacientes devem garantir que a situação fique sob controle para atender aos pacientes já internados pelo menos até o fim de semana.
A explosão de novos casos da Covid-19 fez com que a demanda por oxigênio chegasse a 76 mil metros cúbicos diários no Amazonas.
Por outro lado, a produção diária de White Martins, Carbox e Nitron, que são as três fornecedoras do insumo para o governo do Amazonas, é 28,2 mil metros cúbicos por dia. A White Martins tenta importar o produto da Venezuela.
Na madrugada dessa sexta-feira, a Força Aérea Brasileira desembarcou em Manaus uma carga de 6.000 litros de oxigênio líquido da empresa White Martins, fornecedora do governo do estado.
A carga, que veio de São Paulo, transportada em seis isotanques de mil litros e vai ser distribuída nos hospitais da rede estadual.
A previsão é que um total de 22 mil metros cúbicos de oxigênio sejam encaminhados ao longo da semana para Manaus, em operação a partir de Guarulhos, cidade da Grande São Paulo.
Com o apoio da FAB, o governo do Amazonas iniciou nesta sexta-feira a transferência de pacientes com Covid-19 para hospitais de outros estados.
Em uma mudança do plano previsto inicialmente, apenas nove pacientes que estavam internados na rede pública estadual foram transferidos para Teresina, no Piauí. A expectativa era que fossem enviados 30.
De acordo com o governo do Amazonas, quatro pacientes apresentaram instabilidade e, por isso, não puderam ser embarcados. Outro paciente desistiu.
Estes foram os primeiros pacientes 235 que serão enviados para cinco estados brasileiros. Um segundo grupo de 15 pacientes deve ser encaminhado para São Luís, no Maranhão, também nesta sexta-feira.