Hospital dos EUA informa morte de cirurgião com ebola
Em comunicado, o Nebraska Medical Center disse que o doutor Salia morreu em decorrência da doença
O cirurgião Martin Salia, que contraiu ebola quando trabalhava em sua terra natal, Serra Leoa, morreu nesta segunda-feira quando recebia tratamento numa ala especial de um hospital do Nebraska, informou a instituição.
Em comunicado, o Nebraska Medical Center disse que o doutor Salia morreu em decorrência da doença. O porta-voz do hospital, Taylor Wilson, disse que Salia morreu pouco depois das 4h (horário local, cerca de 8h em Brasília).
“O doutor Salia estava em estado extremamente crítico quando chegou aqui e, infelizmente, apesar de nossos melhores esforços, não conseguimos salvá-lo”, disse o doutor Phil Smith, diretor médico da unidade de isolamento.
Salia foi internado no sábado no hospital, onde outros dois pacientes de ebola receberam tratamento e se recuperaram. Mas os sintomas eram bastante graves quando ele chegou. O cirurgião já estava com falência dos rins e respiratória, informou o hospital. Ele passou pelo processo de diálise e respirava com o auxílio de aparelhos, além de receber vários medicamentos para dar suporte a seu organismo.
“Usamos todos os tratamentos possíveis para dar ao doutor Salia a oportunidade de sobreviver”, disse Smith. “Como aprendemos, o tratamento precoce desses pacientes é essencial. No caso do doutor Salia, a doença já estava extremamente avançada quando ele chegou aqui para ser tratado.”
O ebola já matou mais de 5 mil pessoas no oeste da África, a maioria na Libéria, Guiné e Serra Leoa. Outros cinco médicos de Serra Leoa contraíram a doença, mas todos morreram.
Salia, de 44 anos, trabalhava como cirurgião geral no hospital Kissy United Methodist na capital de Serra Leoa, Freetown. Não estava claro se ele estava envolvido no cuidado de pacientes com Ebola. O Kissy não é uma unidade de tratamento para a doença, mas o médico trabalhava em pelo menos outras três instituições médicas.
O cirurgião, cidadão de Serra Leoa que vivia em Maryland, apresentou sintomas de ebola pela primeira vez em 6 de novembro, mas os exames deram negativo para a doença. Outro teste, realizado no dia 10 de novembro, mostrou que ele tinha contraído ebola.