Processo de impeachment

Human Rights se recusa a chamar processo de ‘golpe’

O diretor executivo, que está no Brasil, "não vê futuro" na ação do PT na Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciando um "golpe".

“Os brasileiros devem estar orgulhosos do exemplo que estão dando ao mundo por sua capacidade de contrariar o poder político e empresarial, de atuar sem dois pesos e duas medidas.” A avaliação é do diretor executivo para as Américas da Human Rights Watch, entidade de defesa dos direitos humanos com sede em Washington, José Miguel Vivanco.

O diretor executivo, que está no Brasil, “não vê futuro” na ação do PT na Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciando um “golpe”.

“Nunca o caracterizamos como golpe nem o faremos”, disse Vivanco que nasceu no Chile. “O Brasil enfrenta uma crise política muito profunda e lida com ela dentro do quadro constitucional. Os aspectos técnicos de Orçamento não são nossa especialidade, e a discussão tem aspectos jurídicos e políticos, mas, de acordo com a Constituição, quem tem esse dever é o Congresso, e a maior evidência de que o processo está sendo conduzido de forma constitucional é que a presidente Dilma Rousseff compareceu nesta segunda-feira, 30, e está fazendo sua defesa.”

Para Vivanco, que acompanha de perto as ações na Comissão da OEA em Washington, a ação do PT “não tem base jurídica, mas reflete a reação previsível de um partido político prestes a perder poder e que se utiliza de todas as instâncias e canais a que possa ter acesso”. O especialista acrescentou: “O Brasil está dando lições valiosíssimas a esta região, ao mostrar a importância de ter um Poder Judiciário independente, que exerce suas missões e defende seus foros à margem de cálculos políticos oportunistas”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.