Idosa de 110 anos se recupera da covid-19 e recebe alta de hospital em SP
Henriqueta Soares recebeu muitos aplausos ao sair do hospital
Aos 110 anos de idade, Henriqueta Soares Marques recebeu aplausos dos profissionais de saúde ao sair do Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo.
Dona Queta, como é conhecida pelos mais próximos, foi infectada pela covid-19 e internada com pneumonia no meio de março, depois de receber a segunda dose da Coronavac em fevereiro.
A teoria da família é que ela foi infectada pelo vírus depois que a filha e o genro de Henriqueta romperam o isolamento para tomar a primeira dose da vacina de Oxford, começando a sentir os sintomas alguns dias depois. Inicialmente, eles pensaram que era alguma reação ao imunizante.
“Na segunda semana de março, eles voltaram a ter sintomas, dessa vez mais fortes, e fizeram o teste RT-PCR, que deu positivo”, conta Giancarlo Bonansea, filho do casal e neto de Henriqueta. Consequentemente, sua avó, que mora no apartamento vizinho ao dos dois e passa a maior parte do tempo lá, também acabou infectada pela covid-19, inicialmente assintomática.
No dia 19 de março, a filha da idosa, que tem 81 anos, foi internada. O neto conta que, nessa mesma noite, os sintomas de Henriqueta chegaram “como uma avalanche”. Com fadiga e oxigenação em queda, a matriarca também teve que ir para o hospital.
No dia seguinte, foi a vez do genro ser internado.
Dois dias depois, houve uma melhora no quadro e Henriqueta teve alta, mas momento de alívio durou pouco. Ela não se sentiu bem e voltou para o Albert Einstein, onde foi diagnosticada com pneumonia, ficando mais nove dias no hospital, de onde saiu ontem sob aplausos de médicos e enfermeiros.
A filha saiu do hospital um dia antes, na terça (30), assim como o genro, que teve alta no domingo (28).
“Da mesma forma que meu coração apertou quando eu tive que internar cada um deles, ver todos saindo foi uma sensação fantástica. E ver minha avó passando por mais essa, ver a perseverança dela, querendo voltar para casa, foi muito emocionante”, disse Giancarlo, o neto de Henriqueta, ao UOL.
Ele ainda teoriza que se a avó não tivesse tomado as duas doses da vacina, a situação teria sido mais grave.
A CoronaVac teve eficácia de 50,38% nos testes feitos no Brasil. O imunizante reduz em 78% os casos sintomáticos leves, mas que ainda precisam de cuidados médicos.
“É uma história de alento, de esperança. Por mais que a gente esteja passando por momentos complicados no país, parece que no fim de tudo, com as pessoas se vacinando, existe uma luz no fim do túnel”, afirmou. “Se uma pessoa de 110 anos conseguiu passar por isso, é uma visão de esperança”, conclui ele.