AMEAÇAS

Igreja evangélica faz repórter e cinegrafista da Globo de reféns, no Pará

Jornalistas registraram boletim de ocorrência por cárcere privado e ameaças de morte após acontecido

Um pastor e alguns seguranças fizeram uma repórter e um cinegrafista da TV Liberal, afiliada da Globo no Pará, de reféns em uma igreja evangélica durante uma reportagem no último sábado (17). Os jornalistas registraram boletim de ocorrência por cárcere privado e ameaças de morte.

Segundo reportagem do portal G1, os dois estavam ao local para fazer uma reportagem sobre os estragos causados pela chuva. A Defesa Civil informou que a ventania destelhou o templo, cujas telhas caíram em cima de quatro residências na vizinhança. O órgão prestou assistência aos moradores.

Ainda segundo o site, a repórter Nathália Kahwage e o cinegrafista Wanderley Prestes pediram autorização para uma pessoa que se identificou como obreiro e também para a Defesa Civil, foi então que entraram no prédio. Em seguida, um homem, que afirmou ser o presidente da igreja e pastor, disse que a equipe não poderia mais sair dali até que a polícia chegasse no local.

Segundo a denúncia da repórter e do cinegrafista, integrantes da igreja tentaram intimidá-los e impedi-los de registrarem imagens dentro da igreja.

Nas gravações, que foram ao ar no LJ1, telejornal local da afiliada da Globo, é possível ouvir um representante da igreja evangélica dizendo: “Você não vai sair”. É possível ouvir também Nathália Kahwage responder: “Eu vou processar […] Que palhaçada é essa? Isso aqui é cárcere privado!”.

De acordo com a TV Liberal, depois da ajuda da população, que viu o que estava acontecendo, a repórter e o cinegrafista conseguiram sair do local.

Eles registraram o boletim de ocorrência e, Nathália relatou aos delegados que “tentava andar em direção à porta, porém eles seguravam pelo braço e ombro. As pessoas começaram a tentar tirar a câmera das mãos de Wanderley”. A repórter disse também que “o homem passou a ameaçar, dizendo que, se a matéria fosse ao ar, iria matar Wanderley”.

Em nota, a assessoria de comunicação da Assembleia de Deus em Belém disse que a igreja não pertence a denominação oficial da igreja e o homem suspeito não é pastor. O caso foi registrado na Seccional da Pedreira, de acordo com o G1.

Assista ao vídeo:

*Com informações do Catraca Livre e do G1