Violência sexual

Influenciadora foi vítima de ‘boa noite, Cinderela’ antes de estupro em Jaguariúna, diz advogada

Os laudos oficiais, que são produzidos pelo IML (Instituto Médico Legal), ainda não ficaram prontos, disse a Polícia Civil

Foto: Reprodução - Instagram

A criadora de conteúdo digital Franciane Andrade, 23 anos, que denunciou ter sido vítima de violência sexual durante um tradicional evento de música sertaneja no fim de novembro, pode ter sido vítima do golpe conhecido como “boa, noite Cinderela”.

O caso aconteceu durante o Jaguariúna Rodeo Festival, no interior de São Paulo, e é investigado pela Polícia Civil.

A informação foi repassada pela advogada da jovem, Izabella Borges. “O exame toxicológico deu positivo para benzodiazepínicos, conhecido como ‘boa noite, Cinderela'”, disse para a reportagem ao comentar o resultado obtido após análise em uma clínica particular.

À reportagem, o biomédico patologista clínico Jonathan Vicente explicou que os benzodiazepínicos são usados para tratar ansiedade. “[As substâncias] têm efeito hipnótico, ansiolítico, relaxante e anticonvulsivante. São muito utilizadas para reduzir o tempo de latência para o sono e aumentar a duração do sono”.

O biomédico ainda pontuou que, no caso do golpe “boa noite, Cinderela”, os benzodiazepínicos são potencializados com o efeito do álcool.

Ainda segundo a advogada, outro procedimento realizado, desta vez na tentativa de encontrar lesões pelo corpo de Franciane, também confirmou que ela foi abusada sexualmente. “Fizemos um exame ginecológico particular, também via encaminhamento médico do Justiceiras, e foram observadas graves marcas da violência, inclusive na região anal”.

Os laudos oficiais, que são produzidos pelo IML (Instituto Médico Legal), ainda não ficaram prontos, disse a Polícia Civil.

Mencionado pela advogada, o Projeto Justiceiras, fornece atendimento jurídico, médico, psicológico e social para ajudar no combate à violência contra a mulher.

O possível estupro sofrido por Franciane, que teria ocorrido nas dependências da festa promovida entre sábado (25) e domingo (26), se tornou público após a jovem postar vídeos no formato de stories (que se apagam após 24 horas de publicação) relatando que havia procurado atendimento médico depois de sentir dores.

Na publicação, inserida em sua página no Instagram na tarde de terça-feira (30), ela disse ter sido vítima de violência sexual enquanto estava inconsciente. A gravação foi feita enquanto ela aguardava por atendimento médico na Santa Casa de Mogi Guaçu.

Segundo a organização do evento, em nota publicada em suas redes sociais após o caso vir a público, o recinto possui 53 câmeras, que foram disponibilizadas para a polícia.

Perguntas ainda sem respostas

– Quem é o suspeito de estuprar a criadora de conteúdo digital?

A polícia não divulga se tem suspeitos, sob a justificativa de que o caso corre em segredo de Justiça.

– As câmeras flagraram algo fora do comum?

De acordo com a organização do evento, que se encerrou no fim de semana passado, 53 câmeras monitoravam o recinto. Porém, até o momento, não há informação se elas flagraram o abuso ou possíveis suspeitos.

– A mulher estava dopada no momento do abuso sexual?

A Polícia informou que os exames oficiais, que são realizados pelo IML, ainda não ficaram prontos.