Irmão de Jade Picon critica fim da escala de trabalho 6×1 e é criticado na internet
Nas redes sociais, o influenciador afirmou que o fim da escala 6x1 iria prejudicar os pequenos empresários
O influenciador e empresário Léo Picon, irmão da atriz e também influenciadora Jade Picon, entrou em uma discussão nas redes sociais ao criticar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala de trabalho 6×1, defendida pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). A escala 6×1, atualmente prevista na CLT, estabelece seis dias de trabalho para um dia de folga, sendo amplamente utilizada em setores como o comércio e serviços essenciais.
Em um post no X (antigo Twitter) na noite de domingo (10), Picon criticou a PEC e chamou de “cortina de fumaça” com argumentos de que a medida traria mais prejuízos do que benefícios aos trabalhadores e pequenos empresários. “Essas ideias populistas abordadas de forma rasa no fim se tornam piores para a população”, escreveu o influenciador, que pagou a postagem após a repercussão negativa. Entretanto, ao ser alvo de críticas, ele republicou o texto na manhã desta segunda-feira (11) e intensificou sua posição, e afirmou que quem discordava de sua opinião “tem o direito de ser burro”.
Essa PEC com o fim da escala 6×1 me parece uma cortina de fumaça pra algo, pq não é possível.
Assim como taxação de grandes fortunas que fariam com que elas saíssem do país e depois serve como pretexto para aumentar os impostos para todos. Isso não é novidade na história… pic.twitter.com/80LqFvMaIA— Léo Picon 🍀 (@LeoPicon) November 11, 2024
Léo Picon se mostrou preocupado com possíveis impactos econômicos da medida, como a redução de investimentos privados, informalização do mercado de trabalho e dificuldades enfrentadas por pequenos empresários. “Os negócios que adotam a escala 6×1 são em sua maioria gerenciados por pequenos empresários, como restaurantes, padarias, farmácias, postos de combustível e o varejo”, afirmou.
Além disso, o influenciador defendeu que outras políticas, como melhorias no transporte público, creches em período integral e a redução da carga tributária sobre a educação, seriam alternativas mais eficazes para a qualidade de vida dos trabalhadores. Ele rejeitou o rótulo de “herdeiro” e alegou que seu patrimônio é modesto e que o regime 6×1 não é implementado em seus próprios negócios.
A fala de Picon também repercutiu no meio político. O vereador carioca Rick Azevedo (PSOL-RJ) rebateu a declaração do influenciador. Rick afirmou que Leo não compreenderia a realidade dos trabalhadores em escala CLT e o acusou de viver em uma posição privilegiada. “Aqui não tem cortina de fumaça, tem luta séria de trabalhadores que mantêm sua vidinha de influenciador”, comentou Azevedo nas redes sociais.
A PEC, proposta por Erika Hilton, busca abolir a escala de trabalho 6×1, com o argumento de que práticas internacionais semelhantes alcançaram uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores. O texto precisa de 171 assinaturas para ser discutido na Câmara dos Deputados. Até agora, a proposta enfrentou resistência, especialmente entre partidos de direita, mas contou com o apoio de toda a bancada do PSOL e parte do PT.