O irmão do motorista franco-tunisiano Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, de 31 anos, afirmou que o autor do atentado que deixou mais de 84 mortos, em Nice, no Sul França, não era um terrorista. A declaração foi feita no mesmo no mesmo dia em que uma agência de notícias do grupo jihadista Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque. De acordo com Jaber Bouhlel, o irmão dele sofria de problemas mentais e era violento. As informações são do jornal “Daily Mail”.
“Meu irmão não era um terrorista”, garantiu Jaber, que explicou que o irmão não era um islâmico radicalizado, mas um um homem doente: “Entre 2002 e 2004, ele teve problemas que o levaram uma crise nervosa. Ele ficava nervoso e quebrava tudo na frente dele. Ele era violento, muito doente. Chegamos a levá-lo a um médico. Ele tomava remédios”, explicou.
Segundo o rapaz, Mohamed não tinha ligação com nenhuma religião, consumia bebidas alcoólicas e usava drogas. “Estamos todos em estado de choque pelo que aconteceu”, disse Jaber, que mora em Msaken, na Tunísia, onde Mohamed esteve pela última vez em 2012.
Jaber disse ainda que, nos últimos anos, Mohamed costumava enviar dinheiro por meio de conhecidos para ajudar a família. Antes de morrer, o motorista enviou aos familiares cerca de R$ 300 mil. “Ele nos enviou toda a sua economia, tudo o que tinha juntado com seu trabalho duro na França”, disse.
Jaber acrescentou que, nos últimos dias, o irmão estava deprimido por ter se separado da mulher, que mora em Nice, com quem tinha 3 filhos pequenos.
As declarações de Jaber contrariam o que foi divulgado, neste sábado, pelo Estado Islâmico. Segundo a agência “Aamaq”, o autor promoveu o ataque em resposta a pedidos de manter como alvo cidadãos de países que formam a coalizão liderada pelos EUA para combater os jihadistas islâmicos.
O comunicado não citou o nome de Mohamed, mas sugeriu que o autor do ataque pode ter agido de forma independente.
Atentado
O suspeito pelo atentado em Nice, no Sul da França, que deixou pelo menos 84 mortos, se passou por um vendendor de sorvete para enganar policiais e ficar no Passeio dos Ingleses, via onde atropelou as vítimas. As informações são do jornal britânico “Express”.
De acordo com a publicação, o homem alugou o caminhão que usou no atentado há dois dias. Dentro do veículo estavam armas pesadas, como rifles, e granadas.
Ele ficou rodando por ruas de Nice por cerca de nove horas antes de se dirigir ao Passeio dos Ingleses, onde esperou a multidão se reunir para assistir à queima de fogos em comemoração ao dia da Bastilha (14 de julho).
Em seguida, ele contou para policiais que estaria vendendo sorvetes para ter acesso ao público. Foi quando iniciou o ataque. O franco tunisiano dirigiu por cerca de 2 quilômetros, antes de ser morto pela polícia. Dezenas de pessoas também ficaram feridas no ataque. (Jornal Extra)