Irmãos encontram mala do pai falecido com 32 milhões de Cruzados
Notas circularam no Brasil na década de 1980 e não possuem mais valor monetário
Dois irmãos de Araguaína, no Tocantins, encontraram uma mala com quase 32 milhões de Cruzados (Cz$). O dinheiro foi encontrado durante uma limpeza nas malas guardadas do pai que faleceu. As notas circularam no Brasil entre 1986 e 1989, mas não possuem mais valores monetários. Agora, a família espera conseguir vender o dinheiro para colecionadores.
Durante a limpeza dos pertences de seu pai falecido, eles encontraram uma mala com quase 32 milhões de Cruzados (Cz$). A avaliação das moedas e notas antigas é feita por especialistas da Sociedade Numismática Brasileira, e o preço depende do estado físico e da raridade das peças. Waloar Pereira Magalhães, técnico de manutenção e um dos filhos do falecido, afirmou: “Se Deus ajudar, e ainda tiver um jeitinho no banco de fazer a transformação dele, daria para a gente começar uma nova vida.”
A família revelou que Paulo Abreu, o pai, guardava seu dinheiro em uma “poupança física” por desconfiança nos bancos. As economias eram tão bem escondidas que só foram descobertas após sua morte, aos 77 anos, em 2012. Waloar conta que, além do dinheiro, seu pai também costumava guardar moedas em um vidro em cima da mesa do quarto. “Ele jogou lá dentro toda moeda que trazia da rua. Moeda velha, moeda antiga. Papai nasceu em 1937. Sabíamos das moedas, mas não do dinheiro.”
As cédulas, no entanto, estavam em uma mala que só foi encontrada pelos filhos após a morte de Paulo. A herança dos irmãos consistia em notas e moedas do Cruzado, que foi a moeda corrente entre 1986 e 1989. Após o Cruzado, surgiu o Cruzado Novo (1989-1990), o Cruzeiro (1990-1993), o Cruzeiro Real (1993- 1994) e, finalmente, o Real.
Especialistas afirmam que a conversão desse dinheiro para a moeda atual é bastante complexa devido a fatores como a inflação e a mudança de moedas. Contudo, na época, esse montante seria suficiente para comprar pelo menos oito casas de dois quartos, sala, cozinha e banheiro, feitas sob encomenda. Waloar explicou que seu pai trabalhou no garimpo, foi dentista e chegou a construir e vender casas em Araguaína, sempre sendo muito econômico.