Irmãos que mandaram bomba a escritório de advogado em Goiânia são condenados em Júri Popular
Após mais de vinte horas de júri popular, os dois policiais federais, irmãos, acusados de…
Após mais de vinte horas de júri popular, os dois policiais federais, irmãos, acusados de tentativa homicídio triplamente qualificado, por mandar bomba a escritório de um advogado, ouviram a sentença. O resultado do júri foi dado na tarde desta sexta-feira (31), pelo juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida. Ovídio Rodrigues Chaveiro e Valdinho Rodrigues Chaveiro foram condenados a 11 anos e 9 meses de reclusão cada um.
A sentença foi lida às 17h15 horas, quase 21 horas de júri, se contados os dois dias de julgamento. A decisão cabe recurso. A promotoria de justiça sustentou a tese de que ambos os irmãos teriam tentado matar o advogado Walmir Cunha, e que o crime comporta as qualificadoras pelo uso de explosivo, motivo torpe e por usar meios que impossibilitaram a defesa da vítima.
Todos os jurados seguiram o mesmo voto, acreditando na culpa dos dois irmãos. A defesa argumentou inocência, o que não foi acatado pelos jurados. Julgamento teve réplica e tréplica de acusação e defesa.
Walmir Cunha perdeu três dedos no fato, conhecido como o primeiro atentado a bomba contra um advogado em todo o País. Além disso, ele teve o pé quebrado e queimaduras e estilhaços espalhados pelo corpo.
O Mais Goiás leva ao ar, na próxima semana, uma entrevista exclusiva com o advogado, no quadro Conversa Franca.
“Hoje é um dia de reflexão para todos aqueles que de alguma forma sofreram agressão, para que acreditem na Justiça. Não podemos deixar jamais que a violência impere em nossa sociedade. Temos que lutar com todas as forças e combatermos com todo rigor qualquer tipo de agressão que possamos sofrer em razão do exercício da nossa profissão”, exclamou o sobrevivente, ao Mais Goiás, após ouvir a sentença.
Relembre
O atentado aconteceu no fim da tarde do dia 15 de julho de 2016. Um moto taxista chegou ao escritório de advocacia, bateu a campainha e falou que tinha uma encomenda para o “Doutor” Walmir.
A secretária do escritório recebeu o embrulho e avisou ao advogado, que foi até a recepção e pegou a caixa. Segundo relato dela para PMs, fazia o barulho semelhante ao de um ponteiro de relógio em funcionamento. Assim que Walmir abriu a caixa ela explodiu, destruindo parte da recepção e ferindo a mão esquerda, o pé e o peito do advogado.
Walmir Cunha, que tinha 37 anos à época, perdeu três dedos da mão direita e ficou com outras escoriações pelo corpo.
Investigações da Polícia Civil descartaram a possibilidade de participação do motoboy que entregou a encomenda, já que ele não tinha conhecimento do que transportava.
Em setembro de 2017, a Polícia Civil divulgou imagens do homem responsável por enviar a encomenda, um senhor de cerca de 60 anos. As investigações também concluíram que o artefato enviado ao advogado não poderia ter sido fabricado por qualquer pessoa. Por isso, o delegado responsável pelo caso acreditava que ao menos um policial tivesse participado do atentado.