CONFUNDIDO COM MORTO

Jardineiro é confundido com o irmão e fica 54 dias preso, no RJ

Esposa do jardineiro disse que o companheiro foi confundido com o irmão, morto em uma operação policial em fevereiro

Esposa do jardineiro disse que o companheiro foi confundido com o irmão, morto em uma operação policial em fevereiro

No último sábado (4) o jardineiro Wilton Oliveira da Costa, 33 anos, foi liberado da prisão no Rio de Janeiro. Wilton tinha sido preso injustamente no lugar do irmão, e ganhou a liberdade após 54 dias dentro da cadeia. Contudo, o processo ainda não foi encerrado e agora família e defesa lutam para encerrar o caso e limpar o nome do jardineiro.

Em entrevista ao site O DIA, Marcele Oliveira, esposa de Wilton, disse que o companheiro tinha sido confundido com o irmão, William, morto em uma operação policial no Complexo do Lins, em fevereiro deste ano.

“Ele foi preso acusado de ter participado de um assalto. Está sendo confundido com irmão, que era traficante e assaltante. O nome do irmão é parecido, a fisionomia também. Por que ele está sendo incriminado por atos que não são dele? Querem dizer que todo preto é igual?”, critica Marcele.

A esposa do jardineiro afirma que no processo a qual Wilton responde por roubo, consta que o acusado não trabalha. “Wilton sempre trabalhou. Ele trabalhava no Hospital do Andaraí, em uma empresa terceirizada. Trabalhava em projetos sociais da comunidade, faz parte da escolinha de futebol”, diz.

Após ter dois pedidos de habeas corpus negados no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a defesa do jardineiro conseguiu a revogação da prisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com isso, Wilton Oliveira responderá ao processo em liberdade.

Quando foi preso, o jardineiro estava cursando Educação Física. Além disso, ele é estagiário em um projeto de escolinha de futebol para a comunidade onde mora, o Morro do Encontro.

“A gente estava com um sonho: iríamos nos casar, eu iria me formar no curso de enfermagem e ele em Educação Física. Eu sei da inocência do meu marido”, conta Marcele, que recebe cestas básicas de uma associação de moradores e trabalha com venda de bolos. “Ele corre o risco de perder o investimento que fez na faculdade. Está perdendo semana de prova. É um custo muito alto que a gente paga”, lamenta.

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*Com informações do O Dia