Meio Ambiente

Jiboia mais rara do mundo é vista pela terceira vez em quase 70 anos

Apesar da aparição inesperada, pesquisadores e moradores participam há três anos do 'Projeto Jiboia do Ribeira', onde são orientados e aprendem como lidar com a espécie.

Um exemplar da jiboia-do-ribeira, como foi batizada popularmente a Corallus Cropanii, foi encontrada pela terceira vez desde 1953, e é considerada a jiboia mais rara do mundo. O animal foi capturado em outubro, mas a divulgação só foi feita nesta quarta-feira (25).

Encontrada no Parque Estadual Intervales, que é inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra do Mar, em São Paulo, o animal é uma fêmea adulta, de 1,35 m de comprimento e pesa 1,2 kg.

A aparição da cobra pode ser justificada pelo trabalho de conservação na região do Vale do Ribeira, iniciado em 2016 pelos pesquisadores Bruno Rocha e Daniela Gennari, em colaboração com a população de Guapivuru.

A jiboia pertence ao grupo Boidae e, normalmente, é amarronzada, podendo chegar até 3 m de comprimento a fêmea e 2,4 m o macho. O que torna a jiboia encontrada na comunidade rara é a sua tonalidade amarelada.

A primeira aparição da jiboia-do-ribeira foi em 1953, descrita em exemplar levado por um morador de Miracatu (SP) ao herpetólogo Alphonse Richard Hoge, do Instituto Butantan.

Já a segunda aparição da espécie é mais recente: em 2017, a cobra foi vista no mesmo Vale do Ribeira. Na ocasião, um macho batizado como ‘Dona Crô’ foi capturado, estudado e devolvido à natureza com um transmissor para mapear a movimentação da cobra. No entanto, acredita-se que o aparelho foi perdido durante a troca dela.

Já submetida a estudos, posteriormente a jiboia deve ser devolvida à natureza e rastreada com o mesmo tipo de aparelho de telemetria que fora utilizado em 2017.