Denúncias

João de Deus nega ‘prática imprópria’ em atendimentos, diz advogado

Em correspondência à Justiça, a defesa do médium afirma que ele recebe com 'indignação' as denúncias de abuso sexual

Na primeira manifestação, depois do surgimento de dezenas de denúncias de abuso sexual contra João de Deus, a defesa do médium afirmou nesta segunda-feira, em documento protocolado na Justiça de Abadiânia (GO), que o líder espiritual recebeu “com indignação” a existência das acusações. Assinado pelo advogado Alberto Toron, o ofício registra que João de Deus “rechaça” o que classifica de “qualquer prática imprópria dos seus procedimentos”.

Toron afirmou que João de Deus está em São Paulo, onde ambos preparam sua defesa. O caseiro do médium afirmou ao GLOBO que ele teria sido visto pela última vez em sua casa, em Anápolis (GO), na última sexta-feira .

De acordo com Toron, o líder espiritual pretende colocar-se à disposição das autoridades: “(João de Deus) reuniu-se hoje comigo aqui em São Paulo e hoje ingressamos com petições colocando-o à disposição das autoridades”.

“Diante das graves afirmações veiculadas em seu nome por órgãos da imprensa, é fundamental que o peticionário possa exercer sua defesa para reestabelecer a verdade sobre os fatos e preservar sua imagem e dignidade”, diz a defesa do médium no documento.

O advogado do médium disse, no entanto, que ele não pretende prestar esclarecimentos à sociedade ou aos seguidores que ainda o procuram no seu centro espiritualista em Abadiânia: “Ainda é cedo para entrevistas”.

Forças-tarefas foram criadas em todo o país para investigar João de Deus. Centenas de denúncias foram recebidas contra o líder espiritual desde o final de semana. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) recebeu, em poucas horas, 40 relatos de abusos, e estuda interditar o centro espiritual de Abadiânia .

O Ministério Público do Rio resolveu disponibilizar suas promotorias e sua ouvidoria para receber as denúncias contra o médium. Em Goiás, o órgão criou um e-mail para as mulheres interessadas em fazer denúncias: [email protected].