Joel Datena não confirma álibi de suposto executor de Valério Luiz
O jornalista disse que esteve com Ademá uma hora antes do crime, mas subiu para o quarto para descansar. Por isso, não consegue dizer com certeza se o acusado ficou na sala da casa em que o jornalista morava
O jornalista Joel Datena foi a primeira testemunha a prestar oitiva no segundo dia de julgamento do caso Valério Luiz, que acontece nesta terça-feira, na sede do Tribunal de Justiça de Goiás, em Goiânia. No testemunho, o homem relatou que dois dos acusados – Djalma Gomes da Silva e Ademá Figueiredo Aguiar Filho – prestaram serviços de segurança a ele e contou a rotina feita com o último, no dia do assassinato da vítima, em 2012.
Datena disse que foi à academia, buscou as crianças no colégio e foi para a casa em que morava, por volta de 13h. Todas as atividades, segundo o relato, foram acompanhadas por Ademá, acusado de ser o executor do crime, segundo a denúncia.
A testemunha disse que, como de costume, almoçou juntamente com Ademá, por cerca de 15, 20 minutos, e subiu para o quarto para descansar. Segundo ele, o segurança ficou na sala. Ainda de acordo com o relato, naquele dia, tomou conhecimento do crime pela televisão por volta das 14h15 e acionou Ademá para levá-lo à emissora em que trabalhava, saindo de casa às 14h30. O assassinato ocorreu às 14h.
O jornalista comentou que não pode precisar se, no dia do crime, Ademá ficou o tempo todo na residência após o almoço, já que foi para o quarto descansar. “Por uma questão lógica, não consigo dizer com certeza se ele ficou na sala, mas nunca saiu sem me avisar”, disse. Joel Datena também disse que os seguranças tinham livre trânsito enquanto ele estava nas atividades diárias, como no trabalho ou academia.
Ele comentou, ainda, que não conhecia a vítima antes de sua morte e não tinha conhecimento de nenhum possível envolvimento com o segurança.
Relação com Djalma e Ademá
Durante a oitiva, Datena afirmou que contratou Djalma e Ademá, ambos policiais da ativa, para fazer a segurança da família, já que tinha sido vítima de ameaças de organização criminosa. Eles trabalharam com o jornalista por cerca de 10 anos. À época, a pessoa que indicou os profissionais disse que tratava-se de “pessoas idôneas e capazes de zelar pela vida”.
Questionado sobre o suposto envolvimento dos policiais com uma chacina, crime de tortura e furto, disse que não tinha conhecimento das ocorrências. Segundo ele, só ficou sabendo da situação após a morte de Valério.