DESABAFO

Jornalista de Goiás que apareceu careca na CNN fala do câncer: ‘no início, só chorava’

A jornalista decidiu voltar ao trabalho durante o tratamento de câncer para apoiar outras mulheres que enfrentam a mesma doença

Após três meses afastada do canal de notícias CNN devido ao diagnóstico de câncer de mama triplo negativo no estágio 2, a jornalista Larissa Rodrigues, que atua como analista de política, retornou ao trabalho. Natural de Goiânia, Larissa, que já possui mais de 15 anos de carreira, apareceu ao vivo careca na televisão, compartilhando com o público a luta contra a doença.

Em entrevista ao Mais Goiás, Larissa contou sobre os desafios enfrentados no início do tratamento, incluindo a dificuldade psicológica e física. “No início, eu mal tinha forças para levantar da cama. Era difícil até falar com meus amigos, eu só chorava. Agora, quase quatro meses depois do diagnóstico, consigo falar sobre o câncer”, disse.

A decisão de voltar à TV foi um processo longo e difícil para Larissa, que inicialmente desejava permanecer em casa durante todo o tratamento. Ela detalhou que não se sente confortável com lenços ou outros acessórios apertando sua cabeça, por isso optou por voltar ao vivo careca, mesmo sem estar totalmente à vontade com a situação. “Eu não me acho bonita careca, e eu não queria estar passando por isso, mas resolvi fazer isso para abrir esse debate. Nós, mulheres que estamos passando por isso, somos muitas. Só este ano, quase 100 mil mulheres no Brasil, como eu, receberam ou receberão o diagnóstico de câncer de mama”, pontuou.

Larissa, que compartilha nas redes sociais os desafios de seu tratamento, destacou a importância de abordar a doença publicamente. “Passei por muitas dificuldades e tive apoio, mas fico pensando nas mulheres que não têm”, refletiu. Ela comentou que pretende continuar dando visibilidade ao tema, mas que isso ocorrerá aos poucos, já que o tratamento exige muito dela.

A jornalista também falou sobre os impactos da doença em sua rotina profissional. “Não tenho mais a mesma energia de antes. Mas pensar na carreira enquanto luto pela vida acaba ficando em segundo plano”, explicou.

Larissa se mudou para Brasília em 2015. Antes de receber o diagnóstico, seu trabalho como jornalista, cobrindo política, exigia presença constante no Congresso Nacional. No entanto, com a doença, sua imunidade ficou comprometida, e o grande fluxo de pessoas no local se tornou um obstáculo, o que modificou sua rotina profissional.

Em relação ao apoio recebido de outras mulheres, a jornalista comentou que é esse carinho que a motiva. “Cada mensagem que chega eu choro e penso: que bom que, apesar do meu medo e insegurança, eu fiz e estou fazendo isso”, disse.