AGRESSÃO

Jornalistas e fotógrafo são agredidos em manifestações a favor de intervenção militar em Brasília e Porto Alegre

Fotógrafo do jornal Zero Hora, que flagrou confusão durante protesto, levou um soco. Na capital, cinegrafistas e repórter levaram tapas e empurrões

Embaixada dos EUA alerta cidadãos sobre atos de 7 de setembro no Brasil (Foto: reprodução)

Jornalistas e um fotógrafo foram alvo de agressão no domingo, durante as manifestações, em Brasília e Porto Alegre, que pediram o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, além de defenderem a intervenção militar. No protesto em Brasília, em frente ao Quartel General do Exército, em que o presidente Jair Bolsonaro participou, jornalistas de duas empresas foram agredidos fisicamente.

Um carro da CNN, canal pago de notícias, foi cercado pelos manifestantes, que quebraram o espelho retrovisor, chutaram o carro e bateram na janela. Um repórter da emissora levou vários tapas e empurrões. Os participantes do protesto também tentaram quebrar o celular do repórter, que estava gravando as agressões. O cinegrafista e o auxiliar de câmera que o acompanhavam também foram alvos de atos de violência.

Quando o veículo da emissora conseguiu sair do local, foi perseguido por alguns dos manifestantes em seus carros, que seguiam gritando ofensas pela janela. O repórter registrou na delegacia um boletim de ocorrência.

Um cinegrafista da TV Globo também foi expulso do local pelos manifestantes que o agrediram e também registrou o fato na polícia.

Em Porto Alegre, o fotógrafo Jefferson Botega, do jornal Zero Hora, fazia a cobertura do protesto em frente ao prédio do Comando Militar do Sul, quando foi hostilizado pelos manifestantes.

Uma confusão se iniciou quando uma mulher usando uma máscara estampada com a frase “Fora Bolsonaro” ficou nua em cima da pilastra da Igreja Nossa Senhora das Dores. Ao descer da mureta, ela e três amigos, incluindo duas outras mulheres, foram perseguidos pelos manifestantes. Nesse momento, um manifestante chutou um rapaz por trás, e a mulher o empurrou para defender o colega. A moça levou imediatamente um soco no rosto.

O colega agredido, então, pegou um copo com um líquido e atirou contra o grupo que protestava em prol de Bolsonaro. Encurralados junto ao muro de um prédio do Exército, eles foram novamente agredidos a socos e pontapés. Botega acompanhou toda a cena de perto. Enquanto filmava a confusão, um dos agressores retornou e deu um tapa na câmera do fotógrafo para terminar com a gravação.

Em seu perfil no Facebook, Botega publicou:

“Seguirei documentando e registrando a história”, escreveu no Facebook.