José Eliton faz duras críticas à ação da PF na Operação Sexto Mandamento
Secretário de Segurança Pública chamou de espetáculo midiático a segunda fase da operação, que prendeu dois policiais militares e ouviu outros oito de forma coercitiva
Em coletiva concedida à imprensa no início da tarde, o Secretário da Segurança Pública de Goiás, José Eliton, fez duras críticas à Segunda Fase da Operação Sexto Mandamento da Polícia Federal, que nesta sexta feira (11) prendeu dois policiais militares e ouviu outros oito de forma coercitiva em Brasília. Ao afirmar que apóia todo e qualquer tipo de investigação, José Eliton disse que os direitos dos policiais militares precisam ser respeitados, e classificou a operação de hoje como “espetáculo midiático”.
O secretário contou que foi comunicado na noite de ontem sobre a operação da PF, ocasião em que determinou que o coronel Sílvio Vasconcelos, chefe do Estado Maior da PM de Goiás acompanhasse os trabalhos. “Eu imaginava que no mínimo eles tratariam o caso com prudência, já que todos os 19 policiais que foram presos em 2011 suspeitos de integrar um grupo de extermínio acabaram inocentados por falta de provas e os processos foram anulados. Aí logo cedo vejo o site da Polícia Federal afirmar em nota que policiais militares que integram grupos de extermínio em Goiás foram presos e levados para serem ouvidos de forma coercitiva. Isso é inadmissível. Em Goiás, nós já provamos na justiça que não existe grupo de extermínio”, reclamou.
Toda investigação, afirmou o secretário, tem o respaldo dele e do Governador Marconi Perillo, mas é preciso responsabilidade na apuração, e principalmente na divulgação das informações: “Nós não podemos tolerar a vilipendia da dignidade e da honra de quem quer que seja sem a devida conclusão do processo legal. Bastava notificar que nossos policiais atenderiam prontamente a convocação da Polícia Federal. Qual seria a intenção de se fazer todo esse espetáculo midiático”, perguntou.
Presente à coletiva, o comandante geral da PM, coronel Divino Alves também criticou a operação, e reclamou que os direitos dos policiais estavam sendo usurpados. “A nossa tropa está sendo ridicularizada”, lamentou.
Recém eleito para a Presidência da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Goiás, o tenente coronel Alessandri da Rocha Almeida, que foi um dos presos na primeira etapa da Sexto Mandamento em 2011 disse não ter dúvidas de que esta segunda fase é uma retaliação em decorrência de uma ação impetrada no Congresso Nacional em 18 de outubro último contra promotores e delegados que participaram daquela operação. “Eu chamaria essa etapa de Oitavo Mandamento, que diz não caluniarás nem levantarás falso testemunho”, concluiu.
Na operação desencadeada nesta sexta-feira, a Polícia Federal, além de ouvir coercitivamente oito PMs de Goiás, sendo um deles o atual comandante do policiamento da Capital, tenente coronel Ricardo Rocha, decretou a prisão temporária dos sargentos José Wilson Freitas e Jerônimo Francisco da Costa, que são lotados na cidade de Alvorada do Norte. O comandante geral da PM afirmou que todos os oito policiais conduzidos de forma coercitiva na parte da manhã para Brasília já prestaram depoimento.