José Eliton presta esclarecimentos à CPI da Enel
A oitiva com o ex-governador Marconi Perillo estava prevista para quinta-feira mas foi suspensa
O ex-governador José Eliton (PSDB) prestou esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), na manhã desta terça-feira (14). Os deputados estaduais fizeram questionamentos para serem inclusas nas investigações sobre a qualidade do serviço oferecido pela empresa e o acordo feito com o Governo Estadual.
Os deputados Alysson Lima (PRB) e Amauri Ribeiro (PRP) questionaram sobre os investimentos de R$ 3 bilhões que a Enel deveria ter feito em Goiás, segundo o contrato firmado com a empresa privada. Alguns investimentos justificados pelo tucano foram nas subestações de Itapaci, Palmeiras de Goiás, Bela Vista de Goiás, Pires do Rio, Águas Lindas de Goiás e no assentamento Brumê, em Alvorada do Norte.
O deputado Antônio Gomide (PT) questionou sobre a realidade da Celg-D, enquanto Eliton foi presidente da estatal. “Eu lutei até o último momento e consegui estabelecer que ela continuasse uma empresa pública. Ainda que pertencente a dois entes: União e Estado de Goiás”, disse. Segundo depoimento de Eliton, essa foi a realidade até o ano de 2010, durante o governo de Alcides Rodrigues (PRP) à frente do Governo Estadual.
“Nós buscamos fazer um alinhamento para retomada de processos de investimentos. Retomamos a capacidade da Celg e obtivemos autorização para reajuste tarifário”, relembra o ex-presidente da empresa. Em 2015 a Celg foi inserida no programa de desestatização do Governo Federal.
“Ali se inicia o processo, que culmina com a privatização. O controle majoritário seria transferido para o privado, não haveria sentido continuar com a participação acionária do Governo do Estado na Celg. Foi decisão tomada pela Eletrobras, um decreto presidencial, avaliado pela CVM e pelo Conselho de Administração Empresarial, que regula essas matérias na bolsa de valores”.
Um apontamento dos deputados foi sobre a Celg ser vista como “cabide de empregos”. Segundo Eliton, desde 2011, a empresa não poderia nomear ninguém para os cargos diretivos. “Não tinha possibilidade de serem nomeadas pessoas para cargos distintos daqueles que estavam previstos na legislação de regência. Eventuais gratificações eram distribuídas entre funcionários efetivos da empresa ”, afirmou Eliton.
Na última reunião, realizada quinta-feira passada (9), a CPI ouviu o presidente da Enel Goiás, Abel Rochinha. O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) seria ouvido na próxima quinta-feira (16). A oitiva foi adiada na última reunião ordinária do colegiado e deve ser remarcada apenas para o segundo semestre, segundo assessoria da Alego.
O deputado Chico KGL (DEM) propôs que os ex-governadores Maguito Vilela (MDB) e Iris Rezende (MDB) fossem convocados para prestar esclarecimentos na CPI. Mas a proposta não foi aprovada pelos membros da Comissão.