A Justiça de São Paulo determinou que o Google desvincule as expressões “anticristo” e “sinagoga de Satanás” do nome, da imagem e do endereço do Templo de Salomão, que pertence à Igreja Universal do Reino de Deus. Quando as duas expressões são digitadas no serviço de buscas do Google Maps, o usuário é direcionado para o endereço do templo da igreja (Avenida Celso Garcia, 605), que fica no Brás, na região central de São Paulo.
A determinação da Justiça é de que a ordem seja cumprida em até 48 horas e, caso o Google não a cumpra, terá que pagar uma multa diária de R$ 5 mil.
A decisão do juiz Fernando José Cúnico, da 12ª Vara Cível, foi publicada nesta terça-feira, 23, no Diário da Justiça. Ainda segundo o texto, o Google também terá que providenciar os dados do líder regional, que é um usuário certificado pelo Google e que modera, revisa e aprova as inserções dos termos na plataforma do Google Maps.
Busca
A associação dos termos ao nome do Templo de Salomão foi amplamente comentada nas redes sociais e divulgada pela imprensa no fim de julho. Naquela época, em nota o Google justificou que não era uma ação da empresa.
“O que ocorre é que nossos mapas têm muitas, muitas fontes, inclusive os próprios usuários”, disse o Google, em nota enviada em julho. A empresa também informou que os usuários que encontrarem erros ou imprecisões nos mapas podem informá-los à empresa pela ferramenta “reportar problema”.
Procurado nesta quarta-feira, 24, o Google ainda não comentou a decisão judicial.
Ao digitar o termo “anticristo” no Google e clicar na busca dos mapas, o internauta é direcionado ao endereço da Igreja Universal. O mesmo já não ocorre mais com o termo “sinagoga de Satanás”.
Em nota, a Igreja Universal disse que foram “esgotadas todas as possibilidades de uma solução junto à empresa Google do Brasil para que fosse interrompida essa abominável agressão contra a fé de milhões de adeptos da Igreja Universal do Reino de Deus que têm o Templo de Salomão como local sagrado”.
Segundo a Universal, “o Poder Judiciário finalmente pôs fim a um grave atentado à liberdade de crença assegurada a todos os brasileiros por nossa Constituição Federal”. “A Universal não aceita e jamais aceitará calada ataques de preconceito religioso e o discurso de ódio. Continuaremos buscando na Justiça a devida reparação e a punição dos culpados.”
No Twitter, internautas comentaram e ironizaram a busca.