Juiz que mandou prender ex-ministro Milton Ribeiro deixa vara e não irá mais cuidar da investigação
Integrantes da Justiça Federal relataram que o juiz ficou 'abalado' após ser alvo de ataques devido à ordem de prisão, como lançamento de fezes e ovos no seu carro
O juiz federal Renato Borelli, que determinou a prisão preventiva do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro em junho, deixou o posto de juiz substituto da 15ª Vara Federal de Brasília e não irá mais cuidar do caso.
Borelli fez uma permuta e foi transferido para a 4ª Vara Federal. De acordo com integrantes da Justiça Federal, o juiz ficou abalado após ter sido alvo de ataques por causa da ordem de prisão de Milton Ribeiro e decidiu deixar a vara. O carro de Borelli chegou a ser atacado por fezes e ovos enquanto ele dirigia por uma via da Brasília. O juiz também levou à Polícia Federal centenas de ameaças que recebeu após a deflagração da operação.
A investigação atualmente está no Supremo Tribunal Federal por causa de menções a Bolsonaro, mas deve voltar à primeira instância a partir de janeiro, quando o presidente perde o foro privilegiado. Com isso, o caso ficaria novamente sob a responsabilidade de Borelli, conhecido como linha-dura na aplicação da lei penal.
Com a realização da permuta, ele será substituído pelo juiz Frederico Botelho de Barros Viana, que deve assumir a investigação do caso. O magistrado atuou durante um período como auxiliar da 10ª Vara Federal e proferiu decisões para trancar e absolver Lula em ações movidas pelo Ministério Público Federal.