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Juíza rejeita argumentos de Zeca Camargo em processo movido pelo pai do cantor Cristiano Araújo

Processo foi movido contra o jornalista por ele ter elaborado e narrado uma crônica que teria causado revolta aos familiares, empresários, amigos, fãs e conterrâneos do cantor

Foram rejeitados pela Justiça os argumentos preliminares do apresentador de televisão José Carlos Brito de Ávila Camargo, conhecido como Zeca Camargo, em ação de indenização movida pela família e pela empresa que administrava a carreira do cantor sertanejo Cristiano Araújo.

A ação de indenização foi proposta pela CA Produções Artísticas Ltda e pelo pai do cantor Cristiano Araújo, João Reis de Araújo, contra o jornalista por ele ter elaborado e narrado uma crônica que teria causado revolta aos familiares, empresários, amigos, fãs, conterrâneos e aos próprios músicos sertanejos de todo o País. Consta que “o apresentador debocha do sentimento de perda e da comoção nacional pela morte do cantor Cristiano Araújo, sendo texto escrito e interpretado de forma completamente preconceituosa sobre a cultura sertaneja de uma forma geral”.

A magistrada Rozana Fernandes Camapum, da 17ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia, não aceitou os argumentos de Zeca Camargo, que alegou ilegitimidade ativa e passiva. Segundo ela, com a morte de Cristiano, o direito de indenização por danos morais passa para os interessados na imagem do falecido, que no caso em questão seriam seu pai e a empresa.

Com relação a ilegitimidade passiva, o apresentador alegou que os autores justificaram seu acionamento com base na Lei da Imprensa. Porém tal lei foi revogada, e por isso o processo deveria ser extinto. “Não procede a alegação de ilegitimidade passiva, uma vez que pelo que consta dos autos, bem como por todo noticiado, que o réu é o autor do texto, tendo sido ele mesmo quem fez as declarações”, ressaltou Rozana Camapum.

Danos morais

A ação de danos morais contra o jornalista Zeca Camargo foi protocolada em julho do ano passado. Na época, a advogada Lorena Mendonça, que presta serviços à empresa Cristiano Araújo Produções, disse que a ideia do processo é de caráter pedagógico. “Caso a família ganhe a ação, o valor será revertido para alguma instituição”, disse.

Em uma crônica para o Jornal das Dez, da Globonews, Zeca Camargo afirmou que ídolos como Cristiano são como a “modinha” dos livros de colorir para adultos que, segundo ele, destacam a pobreza da atual alma cultural brasileira.

Na época, a crônica repercutiu na internet e ganhou críticas revoltadas nas redes sociais, exigindo retratação pública do jornalista, o que ocorreu poucas horas depois durante o programa Vídeo Show, da Rede Globo.