O 1º Tribunal do Júri da Capital absolveu no final da noite desta quarta (13) o sargento da Polícia Militar Adriano Fernandes de Campos, 43 anos, um dos suspeitos pelo sequestro e morte do adolescente Guilherme Silva Guedes, 15, em junho do ano passado, na zona sul de São Paulo. O réu foi inocentado por maioria dos sete jurados.
Segundo a sentença de absolvição, não há prova suficiente para a condenação do policial, que está preso no Presídio Militar Romão Gomes, na Vila Albertina (zona norte da capital paulista). A Justiça determinou que seja expedido, com urgência, o alvará de soltura de Campos.
O adolescente foi levado da frente da casa de sua avó, na Vila Clara, e teve o corpo encontrado no cruzamento da avenida Alda com a travessa da Saúde, no bairro Eldorado, no limite entre São Paulo e Diadema. Ele foi baleado.
De acordo com a investigação, imagens captadas do ponto onde o adolescente estava indicaram a presença de Campos, que à época estava lotado no 6° Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) de São Bernardo do Campo (na Grande São Paulo).
O advogado criminalista Mauro Ribas, que defende o sargento, afirmou antes do julgamento que o seu cliente não cometeu o crime e é inocente.
A morte do garoto provocou dois dias de protestos, com ônibus queimados e vandalizados.
Segundo as investigações da DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que deram base à denúncia do Ministério Público contra o policial, na noite de 13 de junho alguns garotos invadiram um canteiro de obras na rua Álvaro Fagundes, espaço em que a segurança estava sob responsabilidade da Campos Forte Portarias, empresa da qual o sargento seria um dos sócios.
Assim que tomou conhecimento sobre a invasão, de acordo com a denúncia, o sargento teria, junto com o ex-PM Gilberto Eric Rodrigues, que atuava como vigilante, iniciado uma busca a pé nas ruas no entorno do galpão para encontrar os garotos. Ao chegarem à rua Rolando Curti, teriam abordado Guedes, que havia deixado a casa onde morava com a avó há pouco tempo e nada tinha a ver com a invasão.
Como Rodrigues estava foragido, o processo pela morte de Guedes foi desmembrado. Com isso, Rodrigues ainda deve passar por uma audiência de instrução antes da decisão se vai ou não para júri popular.