Justiça determina que cônsul alemão preso por morte do marido seja solto
Uwe Herbert Hahn foi preso em flagrante em 6 de agosto, após corpo do belga Walter Henri Biot ser encontrado no apartamento do casal, em Ipanema
A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, relaxou a prisão do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, preso desde 6 de agosto deste ano pela morte do marido, o belga Walter Henri Maximillen Biot. O cônsul foi preso em flagrante após Biot, de 52 anos, ter sido encontrado morto na cobertura do apartamento onde o casal morava, na Rua Nascimento Silva, em Ipanema, na Zona Sul da cidade.
No último dia 9, um pedido de liberdade feito pelos advogados do cônsul havia sido negada pela desembargadora Rosa Helena Guita. Na ocasião, a magistrada afirmou, em sua decisão, que não havia ilegalidades na prisão em flagrante de Uwe, mas ressaltou que faltava alguns documentos no pedido da defesa para a análise de parte dos argumentos apresentados.
No pedido de reconsideração da decisão, os advogados de Hahn afirmaram que há excesso de prazo para a apresentação da denúncia contra o alemão. “De fato, o paciente encontra-se preso preventivamente desde 07/08/2022 (data de sua audiência de custódia) e, de acordo com as informações extraídas do sítio eletrônico deste Tribunal de Justiça, verifica-se que até a presente data a denúncia ainda não foi oferecida, passados 09 dias do esgotamento do prazo legal de 10 dias”, escreveu a desembargadora na decisão que relaxou a prisão do cônsul.
Na ocasião da prisão, segundo as investigações da Polícia Civil, Uwe Hahn informou ao médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que o marido havia passado mal e caído no chão, no dia anterior, na cobertura que ambos dividiam. O profissional responsável pelo atendimento acreditou que o homem pudesse ter tido um mal súbito, mas não quis atestar o óbito e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), no Centro da cidade, onde passou por exame de necropsia.
O laudo do legista atesta que Walter Henri Maximillen Biot morreu de hemorragia subaracnoide (extravasamento de sangue entre o cérebro e o tecido), contusão craniana e traumatismo cranioencefálico, provocados por ação contundente.
O documento aponta que o cadáver apresenta mais de 30 lesões, como equimoses, escoriações e outros tipos de ferimentos, espalhados por regiões como braços, pernas, tronco e cabeça. No apartamento do casal, policiais da 14ª DP encontraram móveis em desalinho e manchas de sangue no chão e em uma poltrona.