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Justiça nega habeas corpus a policiais acusados de torturarem adolescentes em Goianira

Os integrantes da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO),…

Os integrantes da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), por unanimidade, seguiram o voto do relator, desembargador João Waldeck Felix de Sousa, para negar habeas corpus a quatro policiais condenados a 2 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado, por torturarem três adolescentes, em Goianira. Foram impetrados quatro habeas corpus individuais, porém o entendimento foi o mesmo para todos.

O advogado de defesa dos quatro policiais alegou que transcorreram mais de oito anos da sentença condenatória, impondo-se a extinção da punibilidade. Contudo, o desembargador explicou que a prescrição da pretensão executória só começa a correr após o trânsito em julgado definitivo do título penal. “Como a sentença condenatória se deu em 25/05/09 e o cumprimento da reprimenda iniciou em 20/04/17, não foram ultrapassados os oito anos”, afirmou.

“A meu sentir, equivocou-se a ilustre Procuradoria-Geral de Justiça de iniciar a contagem a partir da publicação da sentença inflitiva (13/03/09), tendo em vista que, para a hipótese em tela – prescrição da pretensão executória -, o ponto inicial deflagra-se com o trânsito em julgado para acusação, e não da mera publicação do precedente édito sancionatório de primeira instância”, pontuou João Waldeck. Votaram com o relator os desembargadores Leandro Crispim, Carmecy Rosa Maria A. de Oliveira, Edison Miguel da Silva Jr. e o juiz substituto em 2º grau Fábio Cristóvão de Campos Faria.

O Caso

Segundo a peça acusatória, os policiais militares Wellington Neres Prado, Enock Silvestre de Souza, Valdison Ramos da Silva e Weber Lourenço Pires abordaram três adolescentes suspeitos de terem furtado um televisor e um botijão de gás de uma residência, em janeiro de 2002. Ao não conseguirem uma confissão, os militares colocaram os jovens na viatura e os levaram para o quartel.

No local, os adolescentes foram agredidos com cassetetes, tapas e murros. Um deles ainda foi ameaçado de morte, com uma arma apontada para sua cabeça, caso não confessasse o crime. Após mais de duas horas de agressões, dois jovens foram liberados, enquanto o outro permaneceu sendo ameaçado pelos policiais, para que confessasse o furto. Horas depois, ele foi entregue aos seus pais, que acionaram o Conselho Tutelar.