Justiça nega revogação da prisão preventiva de médico suspeito de feminicídio
Defesa de Márcio Antônio Barreto Rocha alegou enfermidade psíquica e bons antecedentes
A justiça negou o pedido de revogação da prisão preventiva do médico Márcio Antônio Barreto Rocha, preso em flagrante suspeito de atirar na namorada no dia 25 de setembro, em Goiânia. Na decisão, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara ressaltou que não há motivo para que a prisão seja suspensa.
Na decisão, a defesa do médico alegou que Márcio sofre de uma “enfermidade psíquica”, que o leva a ter descontrole emocional e depressão profunda e que faz uso de remédios controlados. Os advogados argumentaram ainda que a vítima deu declaração por escrito afirmando que a liberdade do médico não oferece risco à sua integridade física. Por fim, ressalta que o suspeito é réu primário e que possui bons antecedentes e que a prisão preventiva era injustificada.
O juiz negou o pedido afirmando que não foram apresentados argumentos aptos para a revogação. Ele ressaltou ainda que o suspeito não foi submetido a um exame pericial que comprovasse o quadro de insanidade mental, o que justificaria uma internação. O juiz ressaltou ainda que a prisão não tem prazo determinado
Em entrevista ao Mais Goiás, Jesseir reforçou que a prisão preventiva deve ser mantida. “A prisão preventiva deve ser mantida por interesse da ordem pública. Se ele não apresentava perigo por que então agiu com agressividade contra sua namorada? Se fazia uso de remédios controlados não poderia também então medicar”, concluiu.
O Mais Goiás tentou contato com a defesa de Márcio, mas ela não foi localizada até o fechamento da matéria, às 18h57. O espaço está aberto para manifestação.
Relembre o caso
De acordo com o relato da vítima à Polícia Civil (PC), o crime aconteceu por volta das 5h40. Durante a discussão, Márcio teria sacado um revólver e colocado na boca dela, que se abaixou e segurou no cano da arma. Por causa disso, os dois disparos efetuados atingiram a coxa da namorada e a perna do médico.
A vítima também revelou aos policiais que tudo começou com uma desavença, que terminou em luta corporal. Ela também afirmou que há histórico de agressões, mas que ela não denunciou por medo da influência social e financeira do suspeito.
No dia 29 de setembro, Márcio foi encaminhado à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) para prestar depoimento. De acordo com a PC, ele utilizou-se do direito de ficar em silencio e não respondeu nenhuma pergunta.