Justiça nega soltura de Cachoeira e outros presos da Operação Saqueador sem tornozeleira eletrônica
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informou que os presos foram transferidos do presídio Ary Franco, em Água Santa, para o presídio Bangu 8
O Plantão Judiciário da Justiça Federal no Rio de Janeiro negou neste sábado (2/7) à tarde, o pedido de prisão domiciliar sem tornozeleiras eletrônicas dos cinco presos na Operação Saqueador da Polícia Federal. Nesta sexta (1º), o desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, concedeu prisão domiciliar para Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira; Adir Assad; Marcelo Abbud; Cláudio Abreu e Fernando Cavendish. Entretanto, devido à crise financeira do governo do Rio, faltam tornozeleiras eletrônicas.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que os presos foram transferidos do presídio Ary Franco, em Água Santa, zona norte do Rio de Janeiro, para o presídio Bangu 8, em Bangu, zona oeste, onde ficam os presos com curso superior. Ainda segundo a Seap, somente na quinta-feira (7), as novas tornozeleiras devem chegar.
O presidente da Delta Construção, Fernando Cavendish, e os empresários Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Marcelo José Abbud, Adir Assad e Cláudio Abreu tiveram mandado de prisão expedido na quinta-feira (30), acusados de fazer parte de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro público capitaneado pela empreiteira Delta Construção.
Ontem (1º), a Justiça concedeu prisão domiciliar aos presos a pedido dos advogados de defesa, mas por falta de tornozeleira eletrônica eles continuaram presos. O Ministério Público Federal (MPF) informou que vai recorrer da decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que concedeu prisão domiciliar aos presos.
O advogado de Marcelo José Abbud e Adir Assad, Miguel Pereira Neto, disse que resta uma petição simples a ser apreciada pelo Plantão Judiciário e tem esperanças de que seus clientes sejam soltos ainda hoje. “Ainda acredito que, por uma questão de coerência e razoabilidade, o tribunal vai decidir ainda hoje que eles devem esperar em casa pelas tornozeleiras. Mas se o tribunal proibir, cabe uma reclamação, quando uma instância originária descumpre uma decisão do tribunal, que é uma instância superior”, explicou.
Segundo o advogado, Abbud tem uma condição diferenciada por possuir tornozeleiras desde que foi condenado no processo da Lava Jato.
Operação Saqueador
Segundo a denúncia, o esquema da organização criminosa tinha mais de 22 envolvidos e desviou mais de R$370 milhões entre 2007 e 2012. Por meio da Delta, eram repassados valores para 18 empresas de fachada, com contratos fictícios. As investigações apontam que os desvios serviam para pagar propinas a agentes públicos.
Foi verificado ainda aumento dos valores dessas transferências em anos de eleições. Foram feitas transferências, por exemplo, de R$ 80 milhões para uma obra inexistente chamada Transposição do Rio Turvo, no Rio de Janeiro.