Condenado dono de lava-jato por morte de radialista em Edealina
O dono de um lava-jato em Goianira foi condenado por participar do assassinato do radialista…
O dono de um lava-jato em Goianira foi condenado por participar do assassinato do radialista Jefferson Pureza Lopes, em Edealina. Leandro Cintra da Silva, que já está preso desde o ano passado, foi julgado e condenado a 14 anos de prisão pela participação no homicídio e corrupção de menores. O homem teria feito ponte entre os adolescentes que executaram o crime em janeiro de 2018 e o mandante do homicídio, o vereador José Eduardo Alves da Silva.
Jefferson Pureza foi morto com três tiros no rosto dentro da casa em que morava, em Edealina. Conforme consta no inquérito, ele atuava como radialista e era crítico assíduo à administração pública do município.
As investigações apontam o vereador da cidade José Eduardo como mandante do assassinato. Ele teria pedido ajuda a um amigo identificado como Marcelo Rodrigues Santo, que apresentou o político ao dono do lava a jato.
“O Marcelo levou o vereador José Eduardo até o lava a jato do Leandro. O proprietário do estabelecimento, por sua vez, fez a ponte entre os dois adolescentes que trabalhavam com ele no local e o político”, disse o promotor de Justiça, Thiago Galindo. O vereador teria pago R$ 5 mil os executores do crime. Todos os envolvidos estão presos e menores estão apreendidos desde o ano passado.
Em sessão de Júri Popular no último dia 4 de outubro, Leandro foi condenado a 14 anos de prisão. “12 anos são pela participação no homicídio qualificado e os outros 2 por corrupção de menores”, afirma Galindo.
Condenado nega participação
Segundo expõe o promotor, Leandro afirma que presenciou o encontro de José Eduardo, Marcelo e os dois menores no lava a jato, mas nega que tenha participado do crime. No entanto, as investigações constataram cerca de 50 ligações entre ele os adolescentes e entre ele o político.
“O sigilo telefônico foi quebrado e foram constatadas essas ligações que mostram o contrário do que o condenado diz. As provas demonstram que ele não foi o principal autor, mas teve sim participação importante na execução do crime”, comentou.
Uma das motivações, conforme as investigações, pode ter sido o relacionamento do radialista com a ex-mulher do vereador. “Além disso, o crime também foi cometido para calar a imprensa já que a vítima era o principal crítico à gestão”, concluiu Galindo.
José Eduardo e Marcelo também iriam enfrentar o Júri, mas a defesa de ambos conseguiu recurso para adiar a data do julgamento. Segundo o promotor, o processo retornou à fase de apresentação de testemunhas. Os acusados devem ser julgados até o final do ano.