Goiás

MP denuncia escrivão da Polícia Civil por crimes contra a administração pública

Daniel Levi Santos Moura, escrivão da Polícia Civil (PC), foi denunciado pelo Ministério Público do…

Daniel Levi Santos Moura, escrivão da Polícia Civil (PC), foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) por crimes que ocorreram em 2018. De acordo com o órgão, a denúncia engloba peculato, corrupção passiva, fraude processual e violação de sigilo funcional.

Segundo o MP, o denunciado teria se apropriado de um celular que havia sido apreendido pela corporação. O aparelho estava em um depósito da delegacia, e então Daniel teria pegado e revendido para um terceiro.

“Além disso, Daniel Levi inovou na pendência de ato administrativo com a intenção de induzir a erro o Ministério Público e também o Judiciário, ao apresentar, na persecução penal (fase de investigação e instrução da ação penal), objeto diferente do apreendido”, informa o órgão. Ele ainda teria recebido vantagem indevida. O promotor Carlos Alberto Fonseca apurou também que o denunciado divulgou dados que deveriam permanecer em segredo de justiça.

Entenda

Em outubro de 2018 um suspeito de tráfico de drogas foi preso em flagrante e levado para 4ª Delegacia de Polícia de Aparecida de Goiânia. Na ocasião, o aparelho celular de uma testemunha foi apreendido. O então escrivão, Daniel Levi Santos Moura, pegou o celular e revendeu para um conhecido por R$ 250.

De acordo com o MP, dias depois o comprador foi vítima de homicídio. Com ele foi encontrado o aparelho, o qual deveria estar na delegacia e que até então estava sendo dado como extraviado. Sabendo do ocorrido, Daniel substituiu o celular e mandou para o depósito judicial para ser incluído no processo. Entretanto, constatou-se que não se tratava do mesmo objeto apreendido.

Na denúncia consta ainda que o celular do escrivão foi apreendido durantes as investigações. Nesse contexto foram encontradas diversas conversas entre ele e advogados, demonstrando que ele usava o cargo e das facilidades de consulta em sistemas policiais para repasse de informações, segundo o MP. “Além disso, frequentemente fazia indicações de clientes para advogados e destes para potenciais clientes, tanto em troca de recebimento de dinheiro de parte dos honorários cobrados e recebidos quanto pela promessa de recebimento”, acrescenta o órgão.

Foi constatado também que o homem consultava sistemas policiais que são de acesso restrito a pedidos de advogados e terceiros. Esses atos configuram violação de sigilo funcional, informa o MP.

Procurada pelo Mais Goiás, a Polícia Civil de Goiás informou que a Corregedoria do órgão já concluiu o inquérito. A Corporação disse ainda que não irá se manifestar sobre a denúncia, tendo em vista que o trabalho policial investigatório foi encerrado e é de atribuição do Ministério Público o oferecimento de denúncias criminais.

Confira a nota na íntegra:

A Polícia Civil de Goiás informa que a Corregedoria do órgão concluiu o inquérito que deu ensejo à ação penal movida pelo Ministério Público em face do escrivão de polícia em comento. E não irá se manifestar sobre a denúncia, tendo em vista que o trabalho policial investigatório foi encerrado e é de atribuição do Ministério Público o oferecimento de denúncias crimina

*Com informações do MP-GO